Agência de refugiados palestinos da ONU corre o risco de encerrar operações até o final de fevereiro devido à suspensão de doações.

A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA) anunciou nesta quinta-feira que enfrenta a possibilidade de encerrar suas operações até o final de fevereiro. A decisão vem na sequência da suspensão das doações de 16 países, após acusações de que funcionários da agência estiveram envolvidos em um ataque do Hamas em 7 de outubro.

O chefe da agência, Philippe Lazzarini, emitiu um comunicado alertando que, caso os financiamentos continuem suspensos, será necessário encerrar as operações não apenas em Gaza, mas em toda a região. A UNRWA também atua na Cisjordânia, no Líbano, na Síria e na Jordânia.

A suspensão das doações veio após Israel afirmar que 12 funcionários da agência participaram do ataque do Hamas no sul do país em outubro passado. Países como Estados Unidos, Austrália, Reino Unido, Canadá, Itália, Holanda, Alemanha, Finlândia, França, Japão, Romênia, Estônia, Islândia, Suécia e Áustria suspenderam ou congelaram seus financiamentos para a agência.

A alegação israelense levou a UNRWA a demitir nove funcionários, sendo que um dos envolvidos foi confirmado morto, e outros dois ainda passam por identificação de nome. A agência é responsável por diversos serviços sociais em Gaza, como a construção e operação de escolas, abrigos e clínicas médicas, empregos, distribuição de água, alimentos e medicamentos.

A suspensão das doações dos países pode agravar ainda mais a crise humanitária na região, especialmente considerando os números alarmantes de mortos e deslocados em função do conflito entre Israel e Hamas. A ONU classifica a UNRWA como a “espinha dorsal” de toda a resposta humanitária em Gaza.

Israel acusa a UNRWA de estar “totalmente infiltrada pelo Hamas”, algo que é negado pela agência. O país ainda questiona a atuação exclusiva da agência para população palestina e seu método de oferecer status de refugiado a todos os palestinos.

Diante desse cenário, a agência enfrenta um momento crítico e incerto, com a possibilidade de um colapso de suas operações que impactaria milhões de pessoas na região. A situação também deve continuar a gerar tensões entre a comunidade internacional e o governo de Israel.

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