Eleições de El Salvador: Bukele lidera votação com promessa de erradicação das gangues e controle do governo.

Os salvadorenhos compareceram em peso, neste domingo, para exercer o seu direito democrático nas eleições presidenciais e legislativas, que poderão garantir ao atual presidente Nayib Bukele um novo mandato. Com as seções eleitorais abrindo às 7h locais (10h em Brasília) e encerrando dez horas depois, espera-se que 6,2 milhões de eleitores participem do pleito, conforme anunciado pelo Tribunal Supremo Eleitoral.

A expectativa é de uma vitória retumbante para Bukele e seu partido, o Novas Ideias, cimentando o controle do presidente sobre todos os braços do governo. Analistas apontam que um dos principais motivos para a liderança de Bukele nas pesquisas é a sua gestão em relação às gangues que por anos aterrorizaram El Salvador, gerando uma das taxas de criminalidade mais altas do mundo. Desde que assumiu o poder em 2019, o presidente, que tem 42 anos, tomou medidas enérgicas para conter as gangues, prendendo milhares de pessoas, restringindo liberdades civis e aumentando a presença militar nas ruas. Embora repressivas, essas ações entregaram resultados significativos, reduzindo drasticamente os índices de criminalidade no país.

Por décadas, as gangues espalharam o terror em El Salvador, gerando prejuízos econômicos e migração em massa para os EUA. No entanto, os governantes anteriores pouco fizeram para conter esses grupos, permitindo que se enriquecessem enquanto a população sofria com a violência.

A reeleição de Bukele é alvo de críticas devido à suspeita de violação da Constituição salvadorenha, que proíbe que presidentes disputem mandatos consecutivos. Em 2021, o partido de Bukele substituiu juízes na Suprema Corte, abrindo caminho para uma interpretação mais flexível da Carta Magna, possibilitando a candidatura do atual presidente. Apesar disso, é importante destacar que Bukele nega a busca por uma reeleição indefinida, enfatizando que as normas atuais não permitem esse tipo de movimento.

Durante a gestão de Bukele, o país passou por um estado de emergência, resultando em prisões em massa e a construção de uma megaprisão para comportar os novos detidos. Apesar de controversas, essas medidas impactaram positivamente as estatísticas de criminalidade, com redução significativa nos homicídios, extorsões e tentativas de migração ilegal para os EUA.

Apesar da amizade de Bukele com os EUA, há questionamentos em relação ao comprometimento do governo com o combate às gangues, com acusações de que o presidente teria negociado com líderes criminosos para reduzir a violência em troca de benefícios carcerários. Contudo, Bukele nega essas alegações.

A sua reeleição e os métodos controversos adotados para reduzir a criminalidade têm despertado a atenção de outras nações. Bukele tornou-se uma figura influente no Hemisfério Ocidental, conquistando admiradores e seguidores em países violentos, como Equador.

Por fim, o partido do governista centra a sua campanha em promessas de um presidente mais ativo e na estratégia do medo. À medida que aguardamos os resultados das eleições salvadorenhas, resta saber qual será o veredito da população em relação ao governo de Bukele e quais serão os próximos capítulos da história política do país.

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