A celebração tem como ponto forte direcionar pedidos de proteção e paz aos espíritos antepassados do Carnaval, além de oferecer cânticos à orixá Oyá (Iansã), responsável por conectar o mundo dos vivos e dos mortos, segundo a crença. Os tambores dos maracatus, que ficam em frente à igreja, são silenciados à meia-noite, simbolizando o momento mais aguardado da festa.
Um dos integrantes do Maracatu Nação Baque Forte, Jamesson Florentino, de 43 anos, explicou as características da tradição e revelou que era um sonho coletivo participar da apresentação, expressando a responsabilidade em ser a única manifestação da capital pernambucana. A tradição representa uma cerimônia religiosa, na qual os participantes pedem proteção aos orixás.
Aos 78 anos, Mestre Toinho é quem conduz o grupo pelas ladeiras de Olinda, sendo um dos mais experientes à frente de grupos de Maracatu Nação. O evento atrai pessoas de diferentes nacionalidades, como o caso de Vitória Jones, de 29 anos, natural de Pernambuco, mas que mora na Inglaterra. Ela decidiu voltar para casa para curtir o Carnaval pela primeira vez neste ano, atraída pela cultura local.
Mas o evento não atrai somente os brasileiros. Prova disso é Luca Carvalho, natural de Lisboa, Portugal, que veio para Pernambuco para conferir de perto a fama do Carnaval da região, que considera diferenciado pela música e pela tradição. Para ele, a passagem pelo Carnaval pernambucano foi aprovada, e ele já está com o próximo destino marcado: Salvador.
Dessa forma, a Noite para os Tambores Silenciosos, além de ser uma tradição local, é também um evento que atrai visitantes de diferentes partes do mundo, que vêm em busca da cultura e da música brasileira, proporcionando uma experiência única e enriquecedora.