A reunião faz parte do processo conduzido pelo Parlamento venezuelano, que tem maioria governista, para elaborar uma proposta de cronograma para as eleições, que, espera-se, contarão com a candidatura do presidente Nicolás Maduro para um novo mandato de seis anos.
“Tem havido uma ampla gama de propostas de datas que vão permitir uma análise profunda e, provavelmente, conseguir uma fórmula de consenso”, disse Jorge Rodríguez, presidente da Assembleia Nacional e líder da delegação do governo nas negociações.
Rodríguez também destacou que a delegação da coalizão opositora Plataforma Unitaria fez uma proposta geral sobre o desenvolvimento das eleições presidenciais para este ano de 2024. Ele afirmou que a proposta será analisada com a mesma seriedade que todas as anteriores.
O processo de consultas está ocorrendo paralelamente aos diálogos e inclui a participação de atores políticos afastados da oposição tradicional, além de setores acadêmicos, empresariais e sindicais.
A proposta de cronograma elaborada será entregue ao Conselho Nacional Eleitoral (CNE), que é acusado pela oposição de servir ao chavismo e é responsável por convocar as eleições. Embora ainda não haja uma data definida, as eleições presidenciais deveriam acontecer neste ano, segundo um acordo assinado em outubro passado, com a observação da União Europeia.
Gerardo Blyde, chefe da delegação opositora nas negociações, afirmou que aceitou a reunião apenas por causa da presença dos facilitadores. Ele registrou textos que denunciam violações ao acordo de outubro e uma escalada da “repressão”, com inabilitações políticas e prisões.
Blyde exigiu que María Corina Machado, candidata eleita nas primárias da Plataforma, seja habilitada a participar das eleições, apesar de estar proibida de ocupar cargos públicos por 15 anos. Ele também confirmou que foi proposto que as eleições ocorram em dezembro, embora “não se tenha concretizado ainda […] uma data”. Contudo, preferiu não entrar em detalhes sobre as discussões.
Neste contexto, também envolvendo a Venezuela, a defesa de Alexandre Correa pediu a prisão de Edu Guedes em retaliação, segundo informações publicadas pelo site FolhaPE. Na agenda internacional, o fundador da Daiso, loja japonesa de itens populares, morre aos 80 anos no Japão, conforme informações do mesmo veículo de notícias.
