Os números revelam que 39 milhões de pessoas despejam seus dejetos em fossas rudimentares ou buracos, enquanto mais de 4 milhões têm rios, lagos ou o mar como destino para o esgoto. Além disso, 1,18 milhão de brasileiros não possuem banheiro ou sanitário em suas residências, o que demonstra a grande disparidade de acesso a serviços básicos de saneamento em diferentes regiões do país.
Os problemas de saneamento básico estão diretamente ligados à transmissão de doenças, como esquistossomose e cólera, e contribuem para desequilíbrios ambientais, como a contaminação de mananciais e rios. A Região Norte é apontada como a mais crítica nesse aspecto, com menos de 1/4 da população conseguindo fazer a destinação correta de seu esgoto. O Amapá se destaca como o estado com o pior índice, onde apenas 10,9% dos habitantes têm acesso a sistemas de esgotamento considerados adequados.
Apesar dos números alarmantes, o Brasil vem apresentando melhorias nos índices de acesso ao saneamento básico, conforme apontam os dados do IBGE. Aproximadamente 75,7% da população destina corretamente o esgoto, um aumento em relação aos anos anteriores. A situação é semelhante no acesso à água, com 97% dos brasileiros tendo acesso adequado a esse recurso essencial.
No entanto, a coleta e o descarte de lixo ainda são desafios a serem superados no país. Atualmente, 18,4 milhões de brasileiros fazem o descarte final de lixo de forma inadequada, o que pode gerar problemas ambientais e de saúde pública. Apesar disso, a proporção da população atendida por serviços de coleta de lixo vem aumentando, mas ainda há grandes discrepâncias regionais.
Em resumo, os desafios relacionados ao saneamento básico e ao descarte de lixo no Brasil exigem um esforço coordenado de autoridades, sociedade civil e setor privado para garantir condições dignas de vida para toda a população, além de proteger o meio ambiente e prevenir a disseminação de doenças.