Presidente do STF determina regulamentação do poder de polícia da Funai para proteção de terras indígenas em até 180 dias.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Luís Roberto Barroso, emitiu uma determinação na última terça-feira (5) exigindo que o governo federal regulamente o poder de polícia dos servidores da Fundação dos Povos Indígenas (Funai) em um prazo de 180 dias. Essa decisão foi estabelecida no contexto de uma ação judicial que está em tramitação no Supremo desde 2021, a qual aborda o plano de desintrusão de terras indígenas e a supervisão das operações de retirada de garimpeiros e proteção aos povos indígenas.

O objetivo da regulamentação é definir quais servidores terão permissão para portar armas e quais serão responsáveis pela fiscalização de infrações. O ministro Barroso reconheceu os esforços do governo federal na remoção de não indígenas das Terras Indígenas Apyterewa e Trincheira Bacajá, porém salientou a importância de medidas que impeçam esses invasores de retornarem. A desintrusão também beneficia outros povos, como os yanomamis, karipunas, uru-eu-wau-wau, kayapós, araribóias e mundurucus.

A Funai tem sido criticada por não exercer efetivamente o poder de polícia, o que compromete a capacidade de fiscalização do órgão dentro das Terras Indígenas. Portanto, a regulamentação é vista como necessária para permitir aos funcionários da Funai realizar apreensões e destruir bens irregulares durante suas operações.

Além disso, Barroso também aprovou uma nova fase do plano de desintrusão da Terra Indígena Yanomami, em Roraima, incluindo ações de combate a organizações criminosas, garantia de segurança alimentar e recuperação ambiental. No início deste ano, o governo federal declarou situação de emergência em saúde pública devido à crise alimentar nas comunidades yanomamis.

A Agência Brasil entrou em contato com a Funai para obter mais informações e aguarda um retorno.

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