Segundo o Ministério da Saúde do Panamá, a MSF não compartilhou os dados completos das supostas vítimas de violência sexual, o que dificultou a abertura de investigações sobre o assunto. O governo também questionou se a ONG cumpriu as normas estabelecidas no país e no acordo de colaboração firmado entre as partes, o que resultou na suspensão das operações da MSF.
A situação veio à tona em 29 de fevereiro, quando o Ministério da Saúde notificou a MSF sobre a necessidade de suspender as atividades até que os termos do acordo fossem revisados e avaliados. A MSF, por sua vez, afirma que só foi notificada quatro dias depois, em 4 de março.
A MSF alertou para o aumento da violência sexual e da brutalidade contra migrantes que cruzam a região de Darién, na fronteira com a Colômbia. A situação levantou preocupações sobre a segurança e a proteção dos migrantes durante o trajeto em direção aos Estados Unidos.
O embate entre o governo do Panamá e a MSF coloca em evidência a vulnerabilidade dos migrantes e a importância do trabalho das organizações humanitárias na proteção e assistência a essas pessoas em situação de risco. A situação também levanta questionamentos sobre a transparência e a colaboração entre as autoridades e as ONGs no combate à violência e na garantia dos direitos humanos.