O ministro da Cultura, Stephen Parkinson, anunciou a intenção do governo durante um discurso na Câmara dos Lordes. Ele afirmou que a legislação de fusões de mídia será alterada para excluir fusões envolvendo propriedade, influência ou controle de estados estrangeiros. Essa mudança terá que passar por votações na Câmara dos Deputados e na Câmara dos Comuns antes de se tornar lei.
A medida surge em meio à polêmica envolvendo a aquisição do jornal Daily Telegraph e da revista Spectator por um veículo de investimento apoiado pelo vice-primeiro-ministro dos Emirados Árabes Unidos. Parlamentares britânicos expressaram preocupação com a possível influência estrangeira na mídia local, especialmente em veículos historicamente alinhados ao Partido Conservador.
Parkinson ressaltou que a nova regra não afetará empresas estrangeiras que não tenham propriedade estatal, como a News Corp. de Rupert Murdoch. No entanto, a proibição de propriedade estatal estrangeira não se aplicará a emissoras ou mídia digital, o que sugere que o foco principal é nos jornais e revistas tradicionais.
A proposta também prevê que órgãos reguladores investiguem aquisições que envolvam estados estrangeiros adquirindo o controle acionário de empresas de mídia britânicas. Caso seja identificado esse cenário, o secretário da Cultura terá autoridade para bloquear ou anular o negócio.
Essa iniciativa do governo britânico reflete a preocupação com a preservação da independência e imparcialidade da mídia no país, além de garantir a segurança nacional. A legislação proposta evidencia uma vigilância mais rigorosa em relação a possíveis influências estrangeiras no cenário midiático do Reino Unido.