Enquanto a polícia haitiana trava uma batalha contra as gangues armadas, as raízes do problema vão muito além de uma única confissão de culpa. O Haiti é frequentemente usado como destino de armas contrabandeadas, com os Estados Unidos sendo apontado como uma das principais fontes desse armamento. O país caribenho não possui indústria de armas de fogo ou munições, o que torna o contrabando uma ameaça ainda maior.
Segundo relatórios da agência da ONU para as drogas e o crime, a Flórida, nos Estados Unidos, é apontada como um dos pontos de origem mais importantes para o contrabando de armas para o Haiti. Armas legais adquiridas em estados com leis flexíveis sobre armamentos são muitas vezes escondidas em diversos tipos de carga, dificultando a detecção durante o transporte.
As gangues armadas no Haiti, que controlam grande parte da capital, demandam fuzis de alto poder, como AK-47, AR-15 e Galil. A dificuldade de controlar esse contrabando se deve em parte à habilidade dos contrabandistas em integrar as armas em remessas normais. Mesmo com leis locais restritivas e regulamentações da ONU, o tráfico de armas continua sendo um grande desafio para as autoridades haitianas e internacionais.
Diante desse cenário, moradores de Porto Príncipe erguem barricadas não apenas em protesto contra as gangues armadas, mas também em busca de proteção para si mesmos. A escalada da violência no Haiti reflete a dificuldade de conter o comércio ilegal de armas, que alimenta o ciclo de crimes e violência que assola a nação caribenha.