Os analistas do banco destacaram que as consequências desse “inchaço” nas carteiras de crédito imobiliário incluem uma menor probabilidade de corte nas taxas de juros no curto prazo, além de um custo maior para as transações e menor capacidade de tomada de crédito pelos consumidores e empresas.
O relatório também apontou que os cinco principais bancos do setor (Caixa Econômica Federal, Itaú, Bradesco, Santander e Banco do Brasil) encerraram o ano de 2023 com uma sobreaplicação média de 27% em suas carteiras de crédito imobiliário, em relação aos depósitos da poupança. Isso representa um aumento significativo em comparação a 2022, quando essa sobreaplicação era de 18%.
A análise dos analistas identificou que a Caixa foi o banco mais sobreaplicado, seguido por Bradesco, Santander, Itaú e Banco do Brasil. Além disso, as projeções apontam que os bancos terão que recorrer a recursos atrelados ao CDI, mais caros, para alcançar os volumes esperados para o financiamento imobiliário em 2024.
Por fim, o relatório ressaltou que os bancos podem ficar mais seletivos na concessão de crédito para habitação, o que pode impactar tanto a compra e venda de imóveis novos como usados. A expectativa é que os ajustes aconteçam de forma suave, porém, com potenciais impactos nas margens das construtoras e na oferta de crédito para novos empreendimentos.
Em resumo, a reunião entre Lula e os bancos públicos evidenciou desafios e perspectivas para o setor financeiro, especialmente no que diz respeito ao crédito imobiliário e às taxas de juros no curto prazo. A sobreaplicação nas carteiras dos bancos abre espaço para uma maior seletividade na concessão de crédito e possíveis ajustes no mercado imobiliário brasileiro.