Qualidade das águas na Mata Atlântica: 8% das amostras são consideradas boas, aponta levantamento da ONG SOS Mata Atlântica

Um novo levantamento realizado pela organização não governamental (ONG) SOS Mata Atlântica revelou dados preocupantes sobre a qualidade da água no bioma da Mata Atlântica. De acordo com o estudo, apenas 8% das amostras coletadas foram consideradas de boa qualidade.

Embora tenha havido um aumento em relação ao relatório anterior, que apontava 6,9% de água com boa qualidade, a situação ainda está longe do ideal, de acordo com a entidade. A pesquisa não identificou nenhum corpo d’água com qualidade ótima, o que demonstra a urgência de ações para a melhoria da situação.

Os dados mostram que houve uma redução na ocorrência de água considerada ruim, que caiu de 16,2% para 12,1%. No entanto, as análises que apontam qualidade péssima aumentaram de 1,9% para 2,9%. Ainda assim, as amostras de água ruim ou péssima representam 15% do total, o que indica que há um longo caminho a percorrer para reverter esse quadro preocupante.

O relatório destaca que 77% das amostras foram classificadas na categoria regular, o que representa um aumento de dois pontos percentuais em relação ao ano anterior. Os dados foram obtidos através do programa Observando os Rios da SOS Mata Atlântica, que contou com a colaboração de cerca de 2,7 mil voluntários para realizar 1.101 análises em 174 pontos de 129 rios e corpos d’água em 80 municípios de 16 estados da região.

Para o coordenador do programa Observando os Rios, Gustavo Veronesi, é fundamental adotar políticas públicas efetivas, principalmente no que diz respeito à coleta e tratamento de esgoto, para melhorar a qualidade da água. Ele ressalta a importância da preservação das matas ciliares e das nascentes dos rios, bem como do controle do uso de agrotóxicos, como medidas essenciais para reverter esse cenário preocupante.

O estudo também destacou melhorias em alguns pontos, como o rio Mamanguape, na Paraíba, e o ribeirão do Curral, em Ilhabela, que saíram da condição regular para boa. No entanto, ainda há desafios a superar, como os pontos de água péssima identificados nos rios Pinheiros e Tietê, em São Paulo.

Diante desse cenário, a SOS Mata Atlântica enfatiza a importância do acesso à água limpa como um direito humano. A entidade trabalha para que o Congresso Nacional aprove um projeto de emenda constitucional que estabelece o direito humano à água, garantindo que toda a população tenha acesso a esse recurso fundamental para a vida. A preservação dos rios da Mata Atlântica é essencial para assegurar a qualidade da água e a saúde do bioma.

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