Este programa surge como resposta a um diagnóstico que aponta a desproporção étnico-racial nos quadros da advocacia pública em relação à população brasileira. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicam que os negros representam 56% da população, no entanto, na AGU, apenas 44% dos membros são homens brancos, com as mulheres negras respondendo por apenas 6% do quadro.
Para promover a igualdade racial e diversidade nos quadros da advocacia pública, o curso preparatório não se limitará apenas a aulas virtuais. Também oferecerá monitorias, tutorias, palestras sobre saúde mental, diversidade e enfrentamento ao racismo, além de contar com apoio psicológico para os participantes.
A ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, destaca a importância do programa como uma forma de transformar a realidade e fazer com que as carreiras de prestígio representem a diversidade do povo brasileiro. O objetivo final é combater o racismo institucional e promover a igualdade racial nos espaços de poder e decisão.
O Instituto de Referência Negra Peregum, responsável pela capacitação dos candidatos, visa contribuir com a formação de profissionais comprometidos com a luta antirracista e a promoção da igualdade racial. A seleção dos participantes considerará critérios de diversidade para garantir a representatividade em todas as esferas.
No encerramento dos três anos de programa, espera-se que haja um avanço significativo no combate ao racismo estrutural, promovendo a inclusão de profissionais negros em espaços de poder. A parceria entre as instituições e o empenho dos participantes são fundamentais para transformar as realidades e garantir a presença de pessoas negras em todas as áreas da sociedade.