Relatório da Ouvidoria de Polícia aponta 11 execuções pela PM na Baixada Santista, revela audiência pública em São Paulo.

A Ouvidoria de Polícia do Estado de São Paulo divulgou um relatório alarmante nesta segunda-feira (25), denunciando 11 casos em que a Polícia Militar (PM) teria feito execuções na Baixada Santista, no litoral paulista. A região tem sido alvo de grandes operações policiais desde julho do ano passado, o que tem gerado preocupação e revolta entre a população local.

O documento foi apresentado em uma audiência pública na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, no Largo São Francisco, centro paulistano. O salão nobre da faculdade ficou lotado de parentes, amigos das vítimas e moradores de comunidades atingidas pela violência policial. Sandra, mãe de Luiz Fernando – uma das vítimas -, expressou sua dor e indignação ao dizer: “Hoje, está aqui a população que chora”.

Durante o evento, os depoentes preferiram não se identificar completamente e solicitaram que não fossem divulgadas imagens que possam identificar possíveis testemunhas. Os relatos apresentados durante a audiência revelaram situações de extrema gravidade, com indícios claros de execução em pelo menos 11 casos analisados.

A Ouvidoria de Polícia e o Conselho Estadual de Defesa da Pessoa Humana de São Paulo (Condepe) realizaram uma missão conjunta na Baixada Santista no início de março, juntamente com entidades de direitos humanos. Foram coletados depoimentos, analisados documentos e laudos necroscópicos, resultando na identificação de casos alarmantes de desrespeito à vida e aos direitos humanos.

A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, por sua vez, defendeu os policiais envolvidos nas operações, alegando que todas as mortes aconteceram durante confrontos com criminosos que resistiram de forma violenta. A pasta afirmou que todas as mortes decorrentes de intervenção policial são rigorosamente investigadas pelas autoridades competentes.

A população da Baixada Santista clama por justiça e transparência nas ações policiais, enquanto os órgãos competentes prometem investigar os acontecimentos e tomar as medidas cabíveis diante das denúncias de execuções. A situação é grave e exige uma resposta rápida e efetiva das autoridades responsáveis.

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