Esquema criminoso revelado pela PF envolvendo autoridades do Rio de Janeiro no caso Marielle Franco choca a população

O caso do assassinato da vereadora Marielle Franco e seu motorista, Anderson Gomes, em 2018, ganhou novos contornos com a revelação feita pela Polícia Federal (PF) sobre um esquema envolvendo autoridades da segurança pública do Rio de Janeiro. De acordo com as investigações, ao invés de colaborar para solucionar o crime, algumas dessas autoridades adotaram estratégias para impedir o avanço das investigações. O delegado Rivaldo Barbosa, então chefe da Polícia Civil, foi apontado como o principal responsável por obstruir os trabalhos policiais e até mesmo por auxiliar no planejamento do crime, algo surpreendente para a família de Marielle, que inicialmente confiou nele.

O inquérito divulgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) acusa Rivaldo de participar de organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva, além de proteger os autores de diversos crimes, incluindo o assassinato da vereadora. A nomeação de Rivaldo para o cargo na Polícia Civil foi feita pelo general de Exército Richard Nunes, mesmo após um parecer da inteligência alertar sobre suas ligações suspeitas com contraventores locais.

A lista de acusados envolvidos no assassinato de Marielle Franco é extensa e inclui autoridades e criminosos. Ronnie Lessa, Élcio de Queiroz, Maxwell Simões Corrêa, Edilson Barbosa dos Santos e os irmãos Chiquinho e Domingos Brazão foram apontados como envolvidos no crime. A prisão preventiva deles, assim como de Rivaldo Barbosa, foi decretada no último domingo.

A investigação da PF também revelou a ligação entre alguns investigadores e criminosos, mostrando que a Delegacia de Homicídios estava envolvida em acobertar assassinatos relacionados a milicianos e contraventores. A nomeação de delegados próximos ao chefe da Polícia Civil e a manipulação de provas indicam um esquema de corrupção e obstrução das investigações.

A federalização do caso também foi objeto de debate, com evidências de que autoridades locais tentaram impedir a atuação da PF no caso. Estratégias foram adotadas para sabotar as investigações, incluindo a tentativa de incriminar adversários políticos dos verdadeiros mandantes do crime. A corrupção e a impunidade parecem ser as marcas desse esquema criminoso que envolve agentes do Estado.

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