Esse acordo inédito entre os dois partidos de tendências opostas foi necessário diante de um cenário parlamentar fragmentado após as eleições de março, onde nenhum dos partidos conseguiu assegurar maioria. Além disso, o crescimento do Chega, partido de extrema direita, como terceira força política do país, também pressionou a tomada de decisão dos líderes.
Mesmo sendo ambos partidos de direita, o PSD se recusou a negociar com o Chega, classificando a sigla como antidemocrática. Na eleição para presidente da Assembleia, o segundo colocado foi um representante do partido, Rui Paulo Sousa, que obteve 50 votos. Aguiar-Branco destacou em seu discurso a importância da democracia e se comprometeu a ser um presidente para todos os deputados, apesar das vaias recebidas ao cumprimentar o líder do Chega.
Apesar de ter agradado PSD e PS, a decisão de dividir a presidência excluiu os partidos menores do processo de tomada de decisão, o que gerou críticas de representantes dessas siglas. Rui Tavares, líder do Livre, e Mariana Mortágua, da Bancada de Esquerda (BE), questionaram a falta de inclusão de outras forças políticas no acordo.
O novo presidente da Assembleia, em seu primeiro discurso, ressaltou a importância de não desistir da democracia e buscar a união em prol do país. O acordo entre PSD e PS, que isolou a extrema-direita, busca garantir estabilidade no parlamento português, apesar das críticas de grupos menores que se sentem excluídos do processo democrático.