A crescente procura pela travessia de Darién é atribuída ao bloqueio de opções mais seguras para os migrantes chegarem aos EUA, além da piora nas condições de vida em países como Venezuela, Equador e Haiti. No ano passado, os venezuelanos representaram a maioria dos atravessadores, seguidos pelos equatorianos e haitianos. A crise na Venezuela, a insegurança no Equador e o domínio das gangues no Haiti são fatores que impulsionam as pessoas a optarem por enfrentar os perigos da floresta.
Entretanto, aqueles que se aventuram em Darién enfrentam uma série de violências, incluindo abusos sexuais, conforme relata um relatório da Human Rights Watch. A falta de investigação e punição para tais casos é uma das principais falhas no combate a esses problemas. Além disso, a falta de segurança na selva e a ausência de coordenação entre as autoridades dos dois países envolvidos contribuem para a vulnerabilidade dos migrantes.
A atuação do mais poderoso cartel de drogas colombiano, o Clã do Golfo, no controle do fluxo migratório em Darién é preocupante. Eles lucram milhões com a travessia e exercem controle sobre os migrantes, cobrando altas taxas pelo serviço de guia. Há relatos de casos de tráfico humano na região, o que reforça a necessidade de uma abordagem regional para lidar com a situação. O governo panamenho também tem sido criticado por restringir o trabalho de organizações humanitárias que oferecem assistência aos migrantes.
A urgência de uma coordenação regional eficaz para enfrentar o problema da migração na América Latina é evidente. Países como Colômbia e Panamá não conseguem lidar com a crise de forma isolada, sendo necessário estabelecer políticas conjuntas que garantam a segurança e a proteção dos migrantes em sua jornada rumo a uma vida melhor.