Macron, que não estará presente nas comemorações em Ruanda, planeja divulgar um vídeo nas redes sociais para marcar a ocasião. A Presidência francesa afirmou que o chefe de Estado irá destacar que a comunidade internacional tinha os meios de agir para evitar o genocídio, visto que já estava ciente dos horrores passados pelos sobreviventes dos genocídios armênio e da Shoah.
As autoridades ruandesas acusaram a França por muito tempo de cumplicidade no genocídio, devido aos laços estreitos que mantinha com o regime hutu na época. Em 2021, uma comissão de historiadores liderada por Vincent Duclert, a pedido de Macron, concluiu que a França tinha uma enorme responsabilidade nos massacres.
A posição de Macron em relação a Ruanda tem evoluído nos últimos anos, com a intenção de se solidarizar com o povo ruandês e reconhecer as vítimas do genocídio. Durante a cerimônia de relembrança, a França será representada pelo seu chanceler e seu secretário de Estado, sendo este último de origem ruandesa e que foi retirado nos primeiros dias do genocídio.
Essas declarações de Macron ressoam em um contexto de revisão histórica e busca por reconciliação entre a França e Ruanda, após décadas de tensões e acusações mútuas. O gesto do presidente francês de reconhecer a responsabilidade de seu país nos eventos trágicos de 1994 é um passo importante na direção da justiça e da memória.