Presidente francês, Macron, reconhece que França poderia ter evitado genocídio em Ruanda em 1994, mas não teve vontade, revela seu gabinete.

O presidente francês, Emmanuel Macron, fez declarações polêmicas sobre o genocídio em Ruanda em 1994, indicando que a França poderia ter detido a tragédia junto aos seus aliados ocidentais e africanos, mas não teve a vontade necessária para fazer isso. Essas declarações surgem em um momento em que Ruanda se prepara para relembrar os 30 anos do início do genocídio contra a minoria tutsi, que resultou em mais de 800.000 mortes nas mãos do regime extremista hutu.

Macron, que não estará presente nas comemorações em Ruanda, planeja divulgar um vídeo nas redes sociais para marcar a ocasião. A Presidência francesa afirmou que o chefe de Estado irá destacar que a comunidade internacional tinha os meios de agir para evitar o genocídio, visto que já estava ciente dos horrores passados pelos sobreviventes dos genocídios armênio e da Shoah.

As autoridades ruandesas acusaram a França por muito tempo de cumplicidade no genocídio, devido aos laços estreitos que mantinha com o regime hutu na época. Em 2021, uma comissão de historiadores liderada por Vincent Duclert, a pedido de Macron, concluiu que a França tinha uma enorme responsabilidade nos massacres.

A posição de Macron em relação a Ruanda tem evoluído nos últimos anos, com a intenção de se solidarizar com o povo ruandês e reconhecer as vítimas do genocídio. Durante a cerimônia de relembrança, a França será representada pelo seu chanceler e seu secretário de Estado, sendo este último de origem ruandesa e que foi retirado nos primeiros dias do genocídio.

Essas declarações de Macron ressoam em um contexto de revisão histórica e busca por reconciliação entre a França e Ruanda, após décadas de tensões e acusações mútuas. O gesto do presidente francês de reconhecer a responsabilidade de seu país nos eventos trágicos de 1994 é um passo importante na direção da justiça e da memória.

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