Segundo informações do deputado Dr. Zacharias Calil (União-GO), a retinopatia diabética é uma complicação do diabetes mellitus e é considerada a principal causa de cegueira em pessoas em idade laboral. Quando essas lesões ocorrem na mácula, resultam em uma condição conhecida como edema macular diabético.
O Brasil é classificado como o sexto país com maior prevalência de diabetes, e os dados apontam que o edema macular diabético é a principal causa de perda visual na população diabética. Estima-se que 15,7% da população adulta brasileira entre 20 e 79 anos seja composta por pessoas com diabetes, com projeção de aumento para 23,2% em 2045. É importante ressaltar que o diagnóstico tardio do diabetes tipo 2 pode resultar em cerca de 30% dos pacientes apresentando algum grau de retinopatia no momento do diagnóstico.
Um estudo publicado em 2019 pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia apontou que a retinopatia diabética é responsável por 4,8% dos 37 milhões de casos de cegueira devido a doenças oculares, o que equivale a um impacto potencial de 1,8 milhão de pessoas.
A assistência aos pacientes com edema macular diabético pelo SUS é realizada em Centros de Referência em Oftalmologia, porém, o acesso a esses serviços especializados é demorado. O deputado Calil destaca que existem necessidades não atendidas relacionadas à disponibilidade limitada de alternativas terapêuticas, tratamentos que reduzam o ônus para o paciente e para o sistema de saúde, bem como desafios ligados ao financiamento dos medicamentos.
Diante disso, a discussão da atualização do Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas (PCDT) em Retinopatia Diabética se faz necessária, a fim de abranger novas tecnologias em saúde e reajustar o modelo de financiamento desses tratamentos. A audiência pública promovida pela Comissão de Saúde da Câmara dos Deputados visa justamente debater essas questões importantes para a assistência aos pacientes de edema macular diabético pelo SUS.