A rapidez com que os números alarmantes foram alcançados neste ano é um fator preocupante. Enquanto em anos anteriores o recorde era batido somente em dezembro, em 2024 a marca foi atingida muito mais cedo, refletindo a alta histórica no número de casos de dengue no país. Já foram mais de 2 milhões de diagnósticos até o momento, o maior registro anual já feito. Comparando com o mesmo período do ano anterior, os casos deste ano são 344% superiores.
Diversos fatores contribuem para essa explosão de casos e mortes por dengue no Brasil. Variações climáticas, como chuvas intensas seguidas de calor, criam um ambiente propício para a proliferação do mosquito Aedes aegypti, transmissor da doença. Além disso, a urbanização desordenada e a má gestão de resíduos facilitam o acúmulo de água parada, propiciando a reprodução dos mosquitos.
A pandemia de Covid-19 também pode ter desviado recursos e atenção do controle de doenças transmitidas por vetores, como a dengue, agravando ainda mais a situação. A presença de diferentes sorotipos do vírus da dengue no país também preocupa, uma vez que a infecção por um tipo não garante imunidade aos outros. A necessidade de esforços contínuos de vigilância, prevenção e tratamento adequado dos pacientes afetados pela doença é essencial para conter a propagação do vírus.
Atualmente, 10 estados e o Distrito Federal, juntamente com 465 municípios, decretaram emergência devido ao avanço da dengue. As projeções do Ministério da Saúde indicam que o país pode chegar a incríveis 4,2 milhões de diagnósticos até o final do ano. No entanto, alguns estados já apresentam tendência de estabilidade ou queda da doença, refletindo ações eficazes para contenção do surto.
Em meio a esse cenário desafiador, é fundamental intensificar as medidas de controle, conscientização e prevenção da dengue para evitar uma escalada ainda maior no número de casos e mortes. A população, o poder público e a comunidade médica precisam unir esforços para combater essa grave ameaça à saúde pública no Brasil.