Ex-embaixador dos EUA na Bolívia condenado a 15 anos de prisão por espionagem a favor de Cuba durante 40 anos.

O ex-embaixador dos Estados Unidos na Bolívia, Victor Manuel Rocha, teve sua sentença definida nesta sexta-feira (12) após quatro décadas atuando como agente encoberto de Cuba. A juíza Beth Bloom decretou a pena máxima de 15 anos de prisão para Rocha, além de uma multa no valor de US$ 500 mil.

Victor Manuel Rocha, que fez um acordo de colaboração com o Ministério Público, confessou ter coletado informações de inteligência americana para o governo cubano desde cerca de 1981. Ele foi preso pela polícia dos EUA em dezembro em Miami, sendo acusado de agir como agente de um governo estrangeiro sem consentimento prévio.

Durante seus anos como informante, Rocha ocupou cargos de destaque no Departamento de Estado, o que lhe proporcionou acesso a informações confidenciais de alto nível e influência na política externa americana. O procurador-geral Merrick B. Garland descreveu o caso como uma das infiltrações de maior alcance e duração no governo dos Estados Unidos por parte de um agente estrangeiro.

Rocha foi embaixador em La Paz entre 1999 e meados de 2002, onde se envolveu em polêmicas, ameaçando retirar a ajuda americana à guerra boliviana contra as drogas caso Evo Morales vencesse as eleições. Mesmo após deixar o Departamento de Estado em 2002, ele continuou espionando para Havana ao atuar como assessor do Comando Sul dos Estados Unidos.

Em reuniões realizadas em 2022 e 2023 com um agente secreto do FBI, Rocha admitiu ter trabalhado para Cuba durante 40 anos, descrevendo sua atividade como meticulosa e disciplinada. As relações entre os EUA e Cuba sempre foram tensas, e casos de espionagem, como o de Ana Belén Montes em 2001, contribuíram para manter essa animosidade.

A sentença de 15 anos de prisão para Rocha serve como um alerta sobre os perigos do espionagem e da infiltração de agentes estrangeiros em governos estrangeiros, reforçando a importância da segurança nacional. A condenação de Rocha representa um marco na luta contra esse tipo de atividade criminosa, protegendo os interesses e a soberania de cada país.

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