Até então, o Alzheimer estava associado principalmente à formação de placas de proteínas no cérebro, especialmente a beta-amiloide. Os tratamentos existentes visavam eliminar essas placas para tentar atenuar os sintomas da doença, como a perda de memória. No entanto, esses tratamentos tiveram resultados limitados.
Uma alternativa recente, o lecanemabe, foi aprovada nos Estados Unidos no ano passado, mas apenas conseguiu retardar o declínio cognitivo em 27% durante um período de 18 meses para pacientes no início da doença. Diante disso, os cientistas têm buscado identificar novos mecanismos associados ao Alzheimer que possam ser alvos de tratamentos mais eficazes.
Os pesquisadores belgas publicaram em uma revista científica uma descoberta que pode revolucionar o tratamento do Alzheimer. Eles identificaram uma molécula que interrompe a comunicação entre partes da célula cruciais para o armazenamento de cálcio e a eliminação de resíduos, o que antecede a formação das placas de proteína e a morte de células neuronais.
Essa molécula, chamada APP-CTF, mostrou-se tóxica para os neurônios, interrompendo o equilíbrio de cálcio nos lisossomos, essenciais para a degradação dos resíduos celulares. Os cientistas acreditam que essa descoberta pode representar uma das primeiras disfunções nos neurônios ligadas à doença de Alzheimer, podendo levar a tratamentos mais eficazes capazes de prevenir a doença.
Assim, essa pesquisa representa um avanço significativo na compreensão dos estágios iniciais do Alzheimer e destacam a importância de considerar outros mecanismos além do acúmulo de placas de proteínas no desenvolvimento de tratamentos mais eficazes contra a doença.