Seleção polêmica de jurados do caso Trump tem redes sociais como critério principal, surpreendendo ritmo acelerado da escolha.

No segundo dia de seleção do júri que determinará o futuro do ex-presidente americano Donald Trump em um caso de suborno em Nova York, as redes sociais estão se tornando um dos principais critérios na escolha dos potenciais juízes. Além de responder a um extenso questionário de 42 perguntas, que abordam temas como imparcialidade e ligações políticas, a defesa de Trump está investigando as postagens antigas dos entrevistados em busca de qualquer sinal de tendência política que possa comprometer a integridade do julgamento.

O processo de seleção resultou em sete pessoas sendo escolhidas para compor o Grande Júri, representando um terço do total necessário para iniciar o julgamento. Esperava-se que essa fase durasse cerca de duas semanas, mas tem avançado de forma surpreendentemente rápida. Isso vai de encontro aos objetivos da defesa de Trump, que busca adiar o caso visando as eleições de novembro, onde ele disputa a presidência contra Joe Biden.

O juiz Juan Merchan tem conduzido as entrevistas diárias com dezenas de cidadãos nova-iorquinos, que são interrogados individualmente. A maioria dos potenciais jurados não chega a completar o questionário, seja por admitirem sua impossibilidade de julgar com imparcialidade devido a convicções sobre o ex-presidente ou por outros compromissos.

A defesa e a promotoria têm a possibilidade de dispensar candidatos após entrevistas curtas, e a presença de conteúdos antigos nas redes sociais tem sido um ponto-chave nesse processo. Alguns potenciais jurados foram excluídos por conta de publicações relacionadas ao ex-presidente, o que levantou discussões sobre o uso desses dados como critério decisivo para avaliar as convicções políticas.

O caso contra Trump envolve a suspeita de fraude em registros contábeis para ocultar um pagamento feito para evitar a divulgação de um relacionamento extraconjugal. Se condenado, o ex-presidente pode enfrentar até quatro anos de prisão. A defesa segue impondo obstáculos na difícil tarefa de formar um júri imparcial em um ambiente fortemente democrata como Nova York.

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