Senado aprova PEC que cria adicional por tempo de serviço para carreiras jurídicas sem impactar teto constitucional

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado Federal aprovou nesta quarta-feira (17) uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que promete impactar significativamente os cofres públicos do país. A medida, apresentada pelo senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) e que agora segue para análise do plenário do Senado, prevê a criação de um adicional por tempo de serviço para agentes públicos das carreiras jurídicas.

Essa PEC foi aprovada com 18 votos favoráveis e 7 contrários, e tem como objetivo principal conceder um aumento salarial de 5% a cada cinco anos, até atingir o limite de 35% para juízes, promotores e procuradores do Ministério Público, além de outras carreiras específicas. O adicional não entra no cálculo do teto constitucional, que define o valor máximo que um servidor público pode receber.

O relator da proposta, senador Eduardo Gomes (PL-TO), incluiu no texto carreiras como advocacia pública federal e estadual, Defensoria Pública, delegados de polícia e conselheiros de tribunais de contas, ampliando a abrangência do benefício. Segundo Pacheco, a intenção é garantir a retenção de profissionais qualificados no sistema de Justiça, evitando que migrem para carreiras mais atrativas financeiramente.

Entretanto, os impactos financeiros dessa medida são objeto de intensos debates. Parlamentares contrários à PEC ressaltam a pressão que será exercida sobre os governadores dos estados, com projeções apontando um aumento de até R$ 42 bilhões nos gastos públicos. O ex-governador da Bahia, Jacques Wagner (PT-BA), alertou para o risco da política de anuênio ou quinquênio, que não incentiva a meritocracia e pode resultar em um aumento vegetativo da folha de pagamento.

Diante dessas considerações, a PEC do adicional por tempo de serviço para agentes públicos das carreiras jurídicas levanta discussões sobre a gestão do dinheiro público e o estímulo à melhoria do serviço público. A decisão final caberá agora ao plenário do Senado, que deverá realizar duas votações para que a proposta siga para a Câmara dos Deputados. O desfecho dessa questão certamente terá impactos significativos no cenário político e econômico do país.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo