A votação, que durou menos de dois minutos ao final de uma sessão ordinária na quinta-feira, resultou em um salário líquido de cerca de 4 milhões de pesos argentinos por mês para os 72 integrantes do Senado. Enquanto isso, o salário mínimo do país está em torno de 200.000 pesos, um contraste gritante para um país com altos índices de pobreza.
Os blocos de oposição votaram a favor do aumento, enquanto os senadores governistas e seus aliados não levantaram as mãos, mas deram quórum. O presidente Javier Milei e o ministro de Economia, Luis Caputo, expressaram publicamente sua reprovação, chamando os legisladores de “cínicos” e “hipócritas”.
O aumento salarial também despertou críticas internas. O presidente do bloco PRO, aliado do governo, e o senador Martín Lousteau da oposição receberam uma série de críticas. Milei compartilhou mais de 20 vezes o momento em que Lousteau levantou a mão de forma hesitante para votar a favor do aumento.
Em meio à repercussão negativa, o bloco governista no Senado anunciou que apresentará um projeto para reverter os aumentos concedidos aos senadores. Enquanto isso, a discussão sobre a nova “lei de bases”, também conhecida como “lei ônibus”, começa na Câmara dos Deputados, o que pode ser crucial para o plano de governo de Milei.
Essa decisão de aumentar os salários dos senadores em um momento de crise econômica e social no país despertou indignação e críticas da população, dos políticos e até mesmo de membros do próprio governo. A situação promete continuar gerando repercussões e debates acalorados na política argentina.