CPI da Braskem ouvirá técnicos de empresas de consultoria sobre afundamento de solo em Maceió nesta quarta-feira

A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Braskem realizará nesta quarta-feira (24) uma série de depoimentos que prometem jogar luz sobre as polêmicas envolvendo a empresa mineradora. O relator da comissão, senador Rogério Carvalho (PT-SE), sugeriu a convocação de três técnicos e representantes de empresas que prestaram consultoria para a Braskem, na esperança de esclarecer questões cruciais relacionadas ao afundamento do solo em Maceió.

Um dos depoentes é o engenheiro Alvaro Maia da Costa, autor de um relatório técnico da empresa Modecom datado de 2021. O documento abordou a análise geomecânica das cavernas de extração de sal-gema pela Braskem, que resultou em problemas graves em 15 bairros da região. Carvalho espera obter informações detalhadas sobre o estudo realizado e as condições dos fenômenos de deformação na área explorada pela empresa.

Outro profissional a ser ouvido pela CPI é o engenheiro Roberto Fernando dos Santos Faria, da empresa Concrete Ltda. Em um relatório técnico de 2018, a companhia apontou que os problemas estruturais identificados em construções próximo às minas de sal-gema eram provenientes de deficiências tecnológicas e falta de manutenção, não relacionadas às atividades de mineração da Braskem. No entanto, estudos posteriores demonstraram o contrário, comprovando a responsabilidade da empresa na catástrofe ambiental.

O terceiro depoimento programado é o de Vitor José Campos Bourbon, engenheiro de controle e automação da empresa Flodim. A companhia foi contratada pela Braskem para realizar exames de sonar e avaliar a estabilidade das cavernas de mineração na capital alagoana. No entanto, conforme o relator, os exames não foram realizados conforme o previsto no plano de lavra, levantando dúvidas sobre a conduta da empresa.

A CPI, presidida pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), foi estabelecida com o objetivo de investigar as consequências do afundamento do solo em áreas próximas às minas de exploração da Braskem em Maceió. Com o prazo de funcionamento até o dia 22 de maio, o colegiado poderá mudar o cenário atual e trazer à tona esclarecimentos importantes sobre o caso que afetou milhares de vítimas na capital alagoana.

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