Relatório aponta problemas de neutralidade na UNRWA em Gaza, mas Israel não comprova ligação de funcionários a terroristas.

Relatório aponta problemas de neutralidade política na Agência da ONU para os Refugiados Palestinos na Faixa de Gaza

Um relatório apresentado ao chefe das Nações Unidas revelou que a Agência da ONU para os Refugiados Palestinos (UNRWA) na Faixa de Gaza enfrenta “problemas de neutralidade política”. No entanto, até o momento, Israel não apresentou evidências concretas de que alguns membros da agência estejam ligados a organizações terroristas.

O relatório, encomendado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres, e elaborado por um grupo independente presidido pela ex-ministra das Relações Exteriores da França Catherine Colonna, apontou que a UNRWA é “insubstituível e indispensável” para o desenvolvimento humano e econômico dos palestinos. A agência desempenha um papel fundamental no fornecimento de ajuda humanitária crucial, principalmente nas áreas de saúde e educação, para os refugiados palestinos em Gaza, Jordânia, Líbano, Síria e Cisjordânia.

Israel denunciou que 12 funcionários da UNRWA participaram dos ataques do grupo islamista Hamas em solo israelense em outubro, resultando em um alto número de mortos, principalmente civis. As autoridades israelenses alegaram que a agência emprega mais de 400 terroristas em Gaza, o que levou alguns países a suspender a ajuda financeira à UNRWA.

O relatório também apontou casos de funcionários da agência expressando publicamente opiniões políticas, conteúdo problemático em livros do país anfitrião, sindicalistas politizados ameaçando a gestão da agência, entre outros problemas relacionados à neutralidade. No entanto, os autores alertaram que Israel ainda não conseguiu provar suas alegações de que membros da UNRWA são membros de organizações terroristas.

Criada pela Assembleia Geral da ONU em 1949, a UNRWA é considerada a espinha dorsal das operações humanitárias em Gaza. O diretor da agência, Philippe Lazzarini, destacou a importância contínua da UNRWA para evitar uma crise humanitária e a fome na região. O relatório ressaltou que o desmantelamento da agência teria consequências duradouras e agravaria a situação humanitária já crítica em Gaza.

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