Deputada Rosângela Reis desiste de relatar caso de Chiquinho Brazão no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados

A deputada federal Rosângela Reis (PL-MG) causou surpresa ao pedir para ser excluída da lista tríplice sorteada para relatar a representação no Conselho de Ética da Câmara dos Deputados contra o parlamentar Chiquinho Brazão (sem partido-RJ). Brazão é acusado de ser o mandante do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro Marielle Franco e do seu motorista Anderson Gomes em 2018.

Com a desistência de Rosângela, o Conselho de Ética realizou um novo sorteio e selecionou o deputado Jorge Solla (PT-BA) para relatar o caso. Rosângela foi a quarta pessoa a desistir de relatar a representação, o que demonstra a sensibilidade e complexidade da situação, que poderá resultar na cassação do mandato de Brazão. Antes dela, os três primeiros parlamentares sorteados também desistiram de relatar o caso.

O presidente do colegiado, Leur Lomanto Júnior (União-BA), terá a responsabilidade de escolher o relator entre os deputados Joseildo Ramos (PT-BA), Jorge Solla (PT-BA) e Jack Rocha (PT-ES). A decisão será tomada na próxima sessão do conselho, ainda sem data definida.

Rosângela Reis, que surpreendeu a todos ao desistir de relatar o caso, ainda não revelou o motivo de sua decisão. Na última votação relacionada a Chiquinho Brazão, a deputada votou a favor da libertação do parlamentar, que teve a prisão mantida com 277 votos contrários e 129 a favor.

Por sua vez, Chiquinho Brazão teve a oportunidade de se pronunciar no Conselho de Ética e afirmou que é inocente e que irá provar sua inocência. Ele ressaltou a importância da justiça em um momento no qual a opinião pública está fortemente contra ele.

As investigações sobre o assassinato de Marielle Franco apontam para questões fundiárias envolvendo milícias no Rio de Janeiro. Segundo a Polícia Federal, houve uma divergência entre a vereadora e o grupo político de Brazão em torno de um projeto de lei que buscava regularizar um condomínio na zona oeste da cidade.

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, destacou a relevância da investigação da PF, que mostrou a motivação por trás do crime. Segundo ele, Marielle se opunha ao grupo de Brazão, que buscava utilizar terras para fins comerciais, enquanto a vereadora defendia o uso das terras para projetos sociais e moradia popular.

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