Para se ter uma ideia do potencial de reaproveitamento dessas áreas, se fossem utilizadas para o cultivo de grãos como arroz, feijão, milho, trigo, soja e algodão, haveria um aumento de 35% na área plantada no Brasil em comparação com a safra 2002/2023. Diante dessa situação, o governo federal criou o Programa Nacional de Conversão de Pastagens Degradadas em Sistemas de Produção Agropecuários e Florestais Sustentáveis.
A Embrapa publicou um livro com mais de 30 sugestões de políticas públicas para implantar o programa, reconhecendo a importância do planejamento regional destas ações. Cada área degradada requer estudos locais para a recuperação, levando em consideração fatores biofísicos, infraestrutura, meio ambiente e aspectos socioeconômicos.
A superintendente de Estratégia da Embrapa, Eduardo Matos, destaca a necessidade de integrar políticas públicas, oferecer acesso ao crédito, ampliar a formação no campo e fornecer assistência técnica aos produtores. Transformar essas áreas degradadas em sistemas produtivos sustentáveis requer um esforço conjunto e contínuo para garantir o sucesso do programa.
Nesta semana, a Embrapa completou 51 anos de funcionamento e comemorou a data com a presença do presidente Lula, que destacou o papel da empresa no crescimento da agricultura nacional. No total, o Brasil possui 160 milhões de hectares de áreas de pastagem, 78,5 milhões de hectares destinados à produção de grãos e aproximadamente 10 milhões de hectares de florestas plantadas para uso econômico.
Com mais de 15 milhões de pessoas trabalhando no setor agropecuário no Brasil, a pecuária bovina representa um terço desses empregos, sendo o país o segundo maior produtor e maior exportador de carne bovina do mundo, com 11 milhões de toneladas exportadas. A busca por soluções sustentáveis para a recuperação dessas áreas degradadas se mostra essencial para fortalecer a economia rural e proteger o meio ambiente.