Cracolândia se torna um local explosivo, marcado por óbitos, manifestações e conflitos entre comerciantes e dependentes químicos.

A região da Santa Ifigênia, localizada no centro de São Paulo, está vivendo uma situação de extrema tensão devido à indefinição sobre um local fixo para a cracolândia. A cada migração do fluxo, termo pelo qual é conhecida a concentração de usuários, a tensão aumenta na região. Na última terça-feira (15), diversos casos de violência foram registrados em apenas quatro quadras, entre a rua dos Protestantes e a avenida Rio Branco. O caso mais grave resultou na morte de João da Silva Sousa, de 54 anos, que foi assassinado com um golpe de arma branca no tórax.

Testemunhas relataram que a vítima foi atacada por um ladrão que aparentava ser morador de rua e usuário de drogas. O crime ocorreu a poucos passos do fluxo, na rua dos Protestantes. O criminoso pretendia roubar a mochila de Sousa, que resistiu, resultando no golpe fatal. A arma do crime não foi encontrada, porém, a mochila foi levada, enquanto a carteira e o celular do porteiro ficaram no local.

Minutos antes do ataque, lojistas da rua Santa Ifigênia e usuários de drogas se envolveram em uma confusão no cruzamento com a rua dos Gusmões. Durante a tarde, os comerciantes bloquearam a rua com grades de proteção para impedir que os usuários de drogas ocupassem o local próximo aos estabelecimentos. No entanto, a ação não foi suficiente, e os dependentes químicos retornaram ao local assim que os lojistas se retiraram.

A ação dos comerciantes resultou em um comerciante ferido por um caixote de madeira jogado por um usuário de drogas. O homem não quis comentar sobre o ocorrido. Moradores relataram que a situação tem prejudicado o comércio, afetando drasticamente as vendas e deixando-os em situação financeira complicada.

Após a retirada dos comerciantes, os usuários voltaram ao local e permaneceram por cerca de três horas. Porém, à noite, um trio de guardas-civis desceu de um veículo e atirou bombas e balas de borracha contra os dependentes químicos, ferindo pelo menos quatro pessoas.

Na quarta-feira (16), os usuários já estavam novamente na rua dos Protestantes, mas no início da noite voltaram a se deslocar para a rua dos Gusmões. A falta de uma definição sobre um local fixo para a cracolândia tem causado uma grande instabilidade na região, gerando violência e preocupação entre os moradores e comerciantes locais. A situação exige uma solução urgente por parte das autoridades para garantir a segurança e o bem-estar de todos os envolvidos.

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