A pesquisa envolveu mais de 1.000 crianças entre um e dois anos e meio, que apresentavam sintomas associados ou fatores genéticos de risco para o TEA. Os participantes assistiram a 14 vídeos com interações sociais entre crianças pequenas, enquanto câmeras especializadas monitoravam seus movimentos oculares a uma taxa de 120 vezes por segundo.
Os dados coletados foram analisados por um programa de computador treinado para detectar o transtorno. Dos 1.089 participantes, 519 foram diagnosticados com algum grau de espectro autista. Surpreendentemente, o método de rastreamento ocular obteve uma precisão de 86% em comparação com o diagnóstico realizado por um médico especializado.
O pesquisador Warren Jones, autor principal do estudo e Diretor de Pesquisa do Marcus Autism Center no Children’s Healthcare of Atlanta, afirma que os resultados evidenciam que a maneira como as crianças olham para a informação social pode ser um biomarcador eficaz e objetivo para detectar sinais precoces de autismo.
Outro estudo também avaliou as possibilidades e desempenho da medição de rastreamento a partir de movimentos oculares e constatou que esse método apresenta uma precisão de 78% no diagnóstico do TEA. Essa descoberta é considerada significativa, pois simplifica e agiliza o processo de diagnóstico, que muitas vezes depende da análise de mais de um especialista para confirmação.
O Transtorno do Espectro Autista é uma condição neurológica que afeta o desenvolvimento social e comportamental das pessoas. Apesar de não haver uma causa fixa associada ao seu aparecimento, os cientistas acreditam que é uma combinação de fatores genéticos, histórico familiar, idade dos pais e fatores ambientais.
A detecção precoce do TEA é fundamental para o início de intervenções terapêuticas e educacionais adequadas, que podem melhorar significativamente a qualidade de vida das crianças afetadas. Com o uso da análise de movimentos oculares, esse diagnóstico pode ser feito ainda mais cedo, proporcionando uma intervenção precoce e mais eficaz.
Portanto, essa descoberta é um grande avanço no campo da pesquisa do transtorno do espectro autista e traz esperança para famílias que convivem com essa condição. Novos estudos e aprimoramentos técnicos certamente trarão ainda mais informações e avanços nesse campo, permitindo um diagnóstico e tratamento ainda mais preciso e eficiente.