O estudo da SBACV também ressalta o aumento alarmante desse tipo de procedimento em todo o país, com alguns estados apresentando um aumento de mais de 200% no número de amputações de membros inferiores de 2012 para 2023. A entidade destaca que os dados acumulados até maio deste ano indicam que 12.753 cirurgias já foram realizadas, superando os 12.350 registros do mesmo período em 2022.
A diabetes é apontada como uma das principais causas desse tipo de cirurgia, contribuindo para mais da metade dos casos de amputações. No entanto, outros fatores de risco, como tabagismo, hipertensão arterial e histórico familiar, também podem estar relacionados. Além disso, o estudo revela a falta de conhecimento por parte dos pacientes sobre seu estado de saúde, já que estima-se que uma em cada cinco pessoas no mundo não saiba que tem a doença, o que leva muitos pacientes a procurarem assistência médica apenas quando o quadro está em estágio avançado.
A SBACV destaca a importância da prevenção e do diagnóstico precoce da síndrome do pé diabético, uma das principais complicações que levam às amputações de membros inferiores. A entidade recomenda que os pacientes diabéticos realizem autoexames diários nos pés, estejam atentos aos sintomas e procurem assistência médica assim que surgirem os primeiros sinais. Medidas como manter o controle da glicemia, alimentação equilibrada e praticar atividade física também contribuem para evitar complicações.
O estudo também revela os impactos financeiros dessas amputações, já que consomem parte dos recursos destinados à saúde nos estados. Em 2022, foram gastos R$ 78,7 milhões em procedimentos desse tipo, totalizando R$ 799 milhões ao longo de toda a série histórica, uma média nacional de R$ 2.962,28 por procedimento.
No cenário nacional, as regiões Sudeste e Nordeste apresentam os maiores números absolutos de cirurgias de amputação de membros inferiores, com destaque para São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco e Rio Grande do Sul. Já os estados com menor registro desse tipo de procedimento são Amapá, Roraima, Acre, Tocantins e Rondônia.
Diante desses dados alarmantes, é fundamental que sejam tomadas medidas efetivas de prevenção, conscientização e acesso aos cuidados de saúde, visando reduzir o número de amputações de membros inferiores e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.