Fila de espera por doação de órgãos em Pernambuco é a segunda maior do Nordeste, com mais de 2.900 pacientes necessitando de transplante.

No Brasil, a doação de órgãos é considerada um ato de amor ao próximo, mas ainda enfrenta diversos obstáculos. Atualmente, mais de 66 mil pessoas estão na fila de espera por um transplante no país, sendo que em Pernambuco, 2.918 pacientes aguardam por um novo órgão para melhorar sua qualidade de vida.

É importante destacar que a fila de espera em Pernambuco é a segunda maior do Nordeste. A maior demanda é por rim, com 1.613 pessoas aguardando por esse órgão, seguido por córnea, com uma lista de espera composta por 1.108 pessoas. Em terceiro lugar está o fígado, que tem 154 pacientes na fila. Já o pâncreas-rim e o coração são esperados por 25 e 18 pacientes, respectivamente.

Apesar dos desafios, o estado de Pernambuco teve um avanço no número de transplantes realizados. Somente este ano, foram feitos 876 procedimentos, colocando o estado como o sexto com maior número de transplantes no Brasil. O Hospital da Restauração (HR) Governador Paulo Guerra é responsável pela maioria das captações de órgãos, registrando um aumento de 45% nos últimos dois anos.

O HR conta com uma equipe composta por dez profissionais, disponível 24 horas por dia, para realizar a captação de órgãos. Após a autorização da família, a Central de Transplantes de Pernambuco é acionada e realiza a busca por um receptor compatível.

É fundamental destacar a importância da conscientização sobre a doação de órgãos e tecidos. A coordenadora da Central de Transplantes de Pernambuco, Melissa Moura, ressalta que a legislação brasileira considera a decisão da família como plena para a consentimento da doação. Por isso, é necessário que as pessoas conversem em vida com seus familiares sobre o desejo de serem doadores de órgãos, pois isso facilita a decisão.

No entanto, é preocupante que a negativa familiar à doação seja considerada alta em Pernambuco, com cerca de 41% dos familiares pronunciando “não” à doação. Melissa Moura afirma que a doação de órgãos não apenas salva vidas, mas também ajuda no processo de ressignificação da morte e traz conforto para as pessoas que necessitam de um órgão para sobreviver.

Um exemplo de sucesso é o caso de Elen Pereira, que entrou na fila de transplante em 2014 após passar por diversos tratamentos para cuidar de uma doença rara no fígado. Após um período grave de infecção generalizada, ela recebeu um fígado através de uma família que autorizou a doação. Elen enfatiza que a doação de órgãos é um ato de nobreza e de amor ao próximo, ressignificando o luto e o sofrimento diante da dor.

Para promover uma maior conscientização sobre o tema, a Secretaria Estadual de Saúde de Pernambuco realizou um evento com especialistas da área no Dia Nacional de Doação de Órgãos. Durante o encontro, foram abordados temas importantes relacionados à doação de órgãos e tecidos. É essencial que a sociedade participe de iniciativas como essa para que mais vidas possam ser salvas através da doação de órgãos.

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