Munição “bean bag” da PM de São Paulo é confirmada como causa da morte de torcedor em confronto com são-paulinos

A Polícia Civil de São Paulo confirmou que a munição conhecida como “bean bag” foi a responsável pela morte do torcedor Rafael dos Santos Tercilio Garcia durante confronto com são-paulinos na capital paulista, no último domingo. O torcedor, que fazia parte da ala inclusiva “Surdos e Mudos Tricolores” da torcida organizada Independente Tricolor, foi atingido na cabeça e não resistiu aos ferimentos.

Três “bean bags” foram encontrados próximos ao Estádio do Morumbi e foram apreendidos para serem submetidos à perícia. A análise irá determinar se essas munições foram utilizadas pelos policiais militares durante o conflito com a torcida do São Paulo Futebol Clube, que estava comemorando a vitória contra o Flamengo na final masculina da Copa do Brasil.

O “bean bag” é uma munição composta por uma pequena esfera de chumbo envolta por plástico, acondicionada em um saco de tecido sintético. Ela é disparada por armas de fogo e tem como objetivo atingir o alvo. Essa munição foi adotada pela PM de São Paulo em 2021 como substituta das balas de borracha na contenção de distúrbios urbanos.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) ainda não se pronunciou oficialmente sobre o caso. Em uma nota divulgada logo após a ocorrência, a pasta informou que os policiais atuaram para impedir atos de violência por parte da torcida e que a conduta dos agentes será apurada para verificar se agiram corretamente.

A Ouvidoria das Polícias de São Paulo solicitou acesso às câmeras corporais utilizadas pelos agentes da Polícia Militar durante a ação nos arredores do Estádio do Morumbi. No entanto, a SSP esclareceu que os policiais da Cavalaria e do 2º Batalhão de Choque não possuem esse equipamento.

Segundo o atestado de óbito divulgado pela família, o torcedor foi vítima de um disparo de arma de fogo, resultando em traumatismo cranioencefálico. O Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) está investigando o caso como homicídio decorrente de um tumulto. Nenhuma hipótese, incluindo a possibilidade de que outro torcedor possa ter efetuado o disparo, está sendo descartada.

Ainda é necessário aguardar o laudo necroscópico da Polícia Técnico-Científica para determinar oficialmente a causa da morte do torcedor. O Instituto Médico Legal está trabalhando em conjunto com o Instituto de Criminalística para realizar as análises necessárias.

Esse trágico incidente reacende o debate sobre o uso de munições menos letais pelas forças de segurança e a importância de uma apuração rigorosa para que sejam responsabilizados os envolvidos e evitem-se futuras ocorrências similares.

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