Manifestantes bloqueiam rodovias na Guatemala exigindo renúncia do procurador-geral acusado de tramar golpe de Estado.

Nesta segunda-feira (2), grupos de manifestantes na Guatemala bloquearam trechos de rodovias em protesto contra o procurador-geral acusado de tramar um suposto golpe de Estado para impedir que o presidente eleito, Bernardo Arévalo, assuma o cargo. Os manifestantes, formados principalmente por indígenas e agricultores, bloquearam pelo menos 17 trechos de rodovias importantes do país, incluindo a Interamericana e as estradas que levam à fronteira com México, El Salvador e Honduras.

As ações de busca na sede do tribunal eleitoral, a tentativa de suspensão do partido de Arévalo e o pedido para retirar os foros dos juízes desse organismo geraram preocupação e rejeição por parte da comunidade internacional. Os prefeitos comunitários dos 48 cantões do departamento de Totonicapán convocaram as manifestações e bloqueios para exigir a renúncia da procuradora-geral Consuelo Porras. Outros setores da população também se juntaram ao protesto.

Os manifestantes bloquearam duas entradas da capital, Cidade da Guatemala, além de protestarem na sede do Ministério Público. Eles também pedem a remoção dos cargos do promotor Rafael Curruchiche e do juiz Fredy Orellana, que lideram uma campanha legal considerada um “golpe de Estado” pelo presidente eleito.

Tudo começou depois que Arévalo ficou em segundo lugar nas eleições gerais de junho e passou para o segundo turno, que venceu em agosto contra a ex-primeira-dama Sandra Torres. No último fim de semana, promotores apreenderam as atas eleitorais agindo sob o comando de Curruchiche e com uma ordem de Orellana. Essa ação provocou uma declaração firme dos Estados Unidos, que afirmaram que a medida “minava” a transição de poder na Guatemala.

Em comunicado, os 48 cantões afirmaram que as manifestações ocorreram devido às “ações arbitrárias” dos funcionários judiciais, que atentaram contra a democracia e a autonomia do povo e sua ordem constitucional.

Organizações internacionais como a Organização dos Estados Americanos, Estados Unidos, Espanha e União Europeia expressaram sua rejeição à perseguição penal, considerando que isso atenta contra a democracia e a governabilidade da Guatemala.

Diante dos bloqueios, o Ministério do Interior instruiu a Polícia Nacional Civil a usar força para dispersar os protestos, desde que não colocasse em risco a integridade física das pessoas envolvidas. Esse impasse entre manifestantes e autoridades coloca a Guatemala em um momento de instabilidade política e social.

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