O festival acontece no Parque Binacional da Amizade, que se estende para os dois lados da fronteira. Durante o evento, os músicos tocaram seus instrumentos musicais e gritaram “Que o muro caia!” como forma de expressar sua oposição à barreira física que separa as duas nações.
Essa não é a primeira edição do festival, que teve início em 2008. No entanto, desde 2019, as autoridades americanas proibiram a entrada no Parque da Amizade, resultando na realização do evento apenas no lado mexicano. Carmen Castro, uma das organizadoras do festival, expressou sua esperança de que a fronteira seja aberta novamente para que o Fandango Fronterizo possa continuar.
Enquanto o festival trouxe alegria e celebração para a cidade de Tijuana, a realidade dos migrantes que tentam cruzar o México em direção aos Estados Unidos é uma situação bastante difícil. Recentemente, ocorreram dois acidentes que resultaram na morte de quase 30 migrantes. No primeiro caso, 18 pessoas da Venezuela e do Haiti morreram quando o ônibus em que estavam capotou no estado de Oaxaca. No segundo acidente, 10 migrantes cubanos perderam a vida em uma estrada no estado de Chiapas.
Além disso, na semana passada, Washington anunciou a expansão do muro na fronteira sul do Texas, medida que foi considerada pelo governo mexicano como um “retrocesso” e uma ação “publicitária”.
O festival Fandango Fronterizo serve como um lembrete da importância da cultura mexicana na cidade de Tijuana, assim como um reflexo das tensões políticas e fronteiriças entre o México e os Estados Unidos. Enquanto os músicos se unem para celebrar a música tradicional mexicana e protestar contra o muro, a realidade dos migrantes que tentam cruzar a fronteira continua a ser uma questão desafiadora e trágica. Resta esperar e desejar que a fronteira seja aberta para que o festival possa continuar a unir as duas nações através da música e da cultura.