Presidente do Egito insta moradores de Gaza a permanecerem firmes e ignora pressão por saída de civis bombardeados por Israel.

O presidente do Egito, Abdel Fattah al-Sisi, fez um apelo nesta quinta-feira aos moradores da Faixa de Gaza para que permaneçam firmes e continuem em suas terras, mesmo diante da pressão para permitir a saída de civis que estão sendo bombardeados por Israel em resposta à ofensiva do grupo terrorista Hamas. O país tem se posicionado contra os apelos, incluindo os dos Estados Unidos, para que os palestinos em fuga entrem no território egípcio.

O Egito faz fronteira com a Faixa de Gaza através da cidade de Rafah, que é controlada pelo Egito e é o único ponto de trânsito aberto na maior parte do tempo. Desde 2007, quando o Hamas chegou ao poder, a região sofre um bloqueio israelense rigoroso. Com mais de dois milhões de palestinos vivendo no território, a densidade populacional é uma das mais altas do mundo.

Apesar de afirmar que está empenhado em garantir ajuda aos palestinos, o Egito insiste em uma solução diplomática, argumentando que o conflito deve ser resolvido dentro das próprias terras de ambas as partes. O país teme dificultar o direito dos palestinos de manterem sua causa e sua terra caso haja um deslocamento em massa.

O presidente al-Sisi também tem colocado a segurança nacional do Egito como sua principal responsabilidade e não quer que o país seja arrastado para uma crise em decorrência do conflito. Ele afirmou que não permitirá que a causa palestina seja resolvida às custas de outras partes.

O Egito alertou que a contraofensiva em Gaza levaria ao êxodo de palestinos para o seu território. O país nunca aceitaria ser visto como a alternativa para os palestinos, revivendo a ideia de que o Sinai é o país alternativo para eles. Além disso, al-Sisi não deseja acabar como administrador de Gaza, já que isso colidiria com as opiniões pró-Palestina de seu próprio povo.

Apesar de obstruir a passagem, o Egito afirmou que está empenhado em garantir a entrega de ajuda médica e humanitária neste momento difícil. O país é historicamente um intermediário entre o Hamas e Israel e tem apelado aos doadores para que enviem ajuda humanitária para a região.

Até o momento, quase 400 mil pessoas já deixaram a Faixa de Gaza devido ao conflito e à ofensiva de Israel. Mais de 1.500 palestinos foram mortos. A situação na região tem causado a denúncia de violação do direito humanitário internacional por parte da ONU.

As autoridades americanas pedem que o Egito permita que os civis deixem Gaza pela Travessia de Rafah. O secretário de Estado, Antony Blinken, discutiu o assunto com autoridades israelenses durante sua visita ao país.

O presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, também pediu a criação de um corredor humanitário para permitir que as pessoas saiam de Gaza e que mantimentos e remédios entrem na região. Lula fez o pedido ao presidente de Israel, Isaac Herzog.

O Egito foi o primeiro Estado árabe a normalizar as relações com Israel, em 1979, após a reconquista da Península do Sinai.

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