Desvendando os Mitos: A Verdade por Trás da Invenção do Vibrador, do Cinto de Castidade e da Boneca Inflável

No mundo da sexualidade, existem muitas histórias controversas e mal-entendidos que surgiram ao longo do tempo. Um desses mal-entendidos é a invenção dos vibradores como um tratamento médico para a histeria feminina. A história conta que os médicos, no passado, realizavam massagens manuais nas regiões genitais das mulheres para aliviar os sintomas dessa condição, e que o vibrador foi criado para tornar o tratamento mais eficaz e confortável para os médicos. No entanto, essa história é falsa.

Foi a cientista Rachel P. Maines que, em 2010, publicou o livro “Orgasm Technology: Hysteria, Vibrators, and Women’s Sexual Satisfaction”, onde ela defende a teoria de que os vibradores foram inventados como um tratamento médico. Ela justifica essa teoria com várias citações e argumenta que o modelo falocêntrico de sexualidade na época tornou esse tratamento aceitável, pois não envolvia penetração vaginal. No entanto, historiadores como Hallie Lieberman e Eric Schatzberg revisaram cuidadosamente as fontes citadas por Maines e concluíram que não havia evidências que comprovassem essa teoria.

Embora seja verdade que os vibradores foram inventados no final do século XIX com uma utilização médica, eles eram utilizados para massagear certas áreas do corpo para aliviar problemas como digestão e rugas, e não para causar orgasmos. Foi somente nas primeiras décadas do século XX que os vibradores domésticos se popularizaram e algumas mulheres começaram a usá-los para se estimular sexualmente.

Outro mal-entendido histórico relacionado à sexualidade é a existência dos cintos de castidade na Idade Média. Esses objetos de ferro, em forma de calcinha, eram supostamente usados pelos maridos para garantir a fidelidade de suas esposas durante suas ausências prolongadas. No entanto, segundo o historiador José Manuel Rodríguez García, não há evidências materiais de que esses cintos realmente existiram. Além disso, as condições práticas de uso desses dispositivos tornariam difícil viver por meses ou anos com eles, e as feridas provocadas pelo atrito do metal com a pele poderiam causar infecções em uma época em que não havia antibióticos.

Outra história relacionada ao sexo que provou ser infundada é o suposto projeto nazista de 1941 para criar uma boneca inflável chamada Borghild, destinada a satisfazer as necessidades sexuais dos soldados alemães durante a Segunda Guerra Mundial. Embora a ideia de um dispositivo sexual para os soldados seja plausível, não há evidências confiáveis que comprovem a existência desse projeto.

Esses exemplos nos mostram como boatos e histórias infundadas podem se espalhar rapidamente e ganhar credibilidade ao longo do tempo. Mesmo depois que a verdade é revelada, muitas vezes é difícil desfazer a disseminação dessas histórias falsas. No entanto, é importante se basear em fontes confiáveis ​​e questionar informações que parecem duvidosas antes de aceitá-las como verdadeiras. Como diz o ditado, “Não deixe a verdade estragar uma boa manchete”.

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