Durante o ato, Eliziane segurou uma edição da Constituição Federal e declarou: “Tentaram destruir a democracia brasileira, e nós parlamentares, mulheres, homens, estamos aqui presentes para demonstrar para o Brasil e para o mundo que, de fato, a democracia brasileira venceu (…) A democracia venceu, a barbárie ficou para trás, o fascismo ficou para trás”.
A praça em questão foi o local dos ataques antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro. No caminho para a praça, as senadoras Eliziane e Soraya foram agredidas por um cidadão que ainda não foi identificado. Soraya afirmou: “O Parlamento brasileiro, o Poder Legislativo entregou o seu trabalho. Nós faremos uma entrega simbólica do relatório para o STF, para o Ministério Público e para a Polícia Federal, e que eles assumam daqui para a frente”.
Durante a última reunião da CPMI, Eliziane informou que vem recebendo ameaças de morte contra ela e sua família e pediu proteção ao Senado. Ela relatou: “Tenho 17 anos de vida pública. Nunca fui tão agredida, tão violentada quanto eu fui nas últimas 24 horas, parece uma coisa orquestrada (…) Ameaças de morte contra a minha família dizendo que estão me esperando em aeroportos, que eu não posso mais sair na rua porque vão me atacar (…) Quero solicitar ao presidente do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco, que assegure uma proteção para mim e minha família pelas próximas semanas”.
Durante a reunião da CPMI, vários parlamentares elogiaram o relatório final, como o deputado Chico Alencar (Psol-RJ), que afirmou que o documento é “um libelo contra o autoritarismo”. Ele também mencionou tentativas frustradas de golpes contra a democracia brasileira desde o século XX.
As deputadas Fernanda Melchionna (Psol-RS) e Talíria Petrone (Psol-RJ) afirmaram que a relatora foi vítima de “machismo, violência política e ameaças” por parte de alguns parlamentares. Petrone afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro foi o “autor intelectual da tentativa de golpe do 8 de janeiro”.
O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) também elogiou o trabalho de Eliziane como relatora da comissão. Ele afirmou: “Nós estamos aqui sob a égide do vosso relatório para dizer que desta vez não; para dizer que nunca mais terá interrupção sobre a democracia brasileira; para dizer, sob a égide do vosso relatório, sobretudo, o seguinte: que os fatos do 8 de janeiro têm que ficar na memória, porque a memória é um dever sagrado de toda civilização”.
O presidente da CPMI, deputado Arthur Maia (União-BA), agradeceu a todos os parlamentares e servidores da comissão e elogiou a relatora. Ele disse: “Eu quero agradecer e parabenizar e, em nome dela, parabenizar todas as mulheres; a uma mulher guerreira, trabalhadora, corajosa, competente, dedicada, que saiu da sua origem humilde para hoje estar aqui como uma das personalidades políticas mais altas deste país. Eu não vou entrar, na minha fala, no mérito nem do relatório nem do voto em separado. Não fica bem para mim como presidente. Mas receba, como parlamentar, o meu aplauso a esta grande mulher que é a senadora Eliziane Gama”.
Após o encerramento da CPMI, diversos senadores e deputados da oposição criticaram o relatório de Eliziane e a acusaram de parcialidade. Eles afirmaram que não houve tentativa de golpe em 8 de janeiro e que os atos de vandalismo e depredação não foram um ataque ao Estado democrático de direito. Segundo esses parlamentares, o relatório final da comissão é parcial e sem valor.
