Duas americanas sequestradas pelo Hamas são libertadas e chegam em Israel, informa o governo israelense em cooperação com o Catar.

Duas cidadãs americanas que foram sequestradas pelo grupo extremista Hamas foram libertadas e estão agora em Israel, de acordo com informações divulgadas pelo Gabinete do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu nesta sexta-feira. A libertação das reféns foi confirmada por veículos de imprensa locais, organizações internacionais e pelo próprio governo dos Estados Unidos.

As duas mulheres, identificadas como Judith Raanan, de 59 anos, e sua filha Natalie Raanan, de 17, foram resgatadas na fronteira com a Faixa de Gaza e estão a caminho de uma base militar no centro de Israel, segundo um comunicado divulgado pelo governo israelense. A operação de resgate foi mediada pelo Catar e facilitada pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha, que transportou as americanas de Gaza para Israel.

O CICV emitiu uma nota afirmando que a libertação das reféns é uma “ponta de esperança” e ressaltou a importância de manter a humanidade mesmo durante situações de conflito. Ainda segundo o CICV, a organização continua exigindo a libertação imediata de todos os reféns.

Foram necessários muitos dias de comunicação contínua com todas as partes envolvidas para chegar a um acordo de libertação, segundo o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed al-Ansari. O Catar espera que o diálogo também leve à libertação de todos os reféns civis de outras nacionalidades.

Os veículos de imprensa israelenses Canal 12 e Times of Israel divulgaram anteriormente que as duas reféns estavam sob custódia do CICV no Egito e seriam levadas de lá para Israel. Segundo a CNN, o Hamas optou por libertá-las devido ao agravamento da saúde da mãe, mas não foram divulgados mais detalhes sobre o estado de saúde de Judith Raanan.

Os Estados Unidos ainda têm outras dez pessoas desaparecidas, algumas delas nas mãos do Hamas, que mantém ao menos 200 reféns, incluindo crianças, mulheres e idosos. O secretário de Estado Antony Blinken afirmou em entrevista coletiva que seu país fará tudo o que for possível para libertá-los.

As duas reféns, Judith e Natalie Raanan, residem em Evanston, Illinois, e viajaram para Israel este mês para comemorar o aniversário de um parente e o feriado judaico do Sucot, segundo informações do rabino Dov Hillel Klein. As duas possuem dupla nacionalidade, tanto de Israel quanto dos Estados Unidos.

A cooperação entre os Estados Unidos e o Catar foi fundamental para garantir a libertação das reféns. O presidente Joe Biden afirmou que elas passaram por uma provação terrível e terão todo o apoio do governo dos Estados Unidos durante seu processo de recuperação. Biden ressaltou que a segurança dos americanos mantidos como reféns é uma prioridade máxima para o governo.

Os Estados Unidos designaram o Catar como um importante aliado em 2022, devido às cooperações em defesa, comércio e segurança. Antes da mediação com o Hamas, o Catar já havia desempenhado um papel importante na libertação de cidadãos americanos mantidos como prisioneiros no Irã no início deste ano.

A libertação das reféns foi anunciada primeiramente pelo porta-voz das Brigadas al-Qassam, braço armado do Hamas, que citou “razões humanitárias” para a decisão. Ghazi Hamad, membro do gabinete político do Hamas, afirmou que a libertação das duas americanas é um gesto de boa vontade do grupo e que estão prontos para lidar com a questão dos prisioneiros de forma positiva, desde que o bombardeio israelense em Gaza seja interrompido.

Organizações de direitos humanos, como a Human Rights Watch, consideram o sequestro e a manutenção de prisioneiros como um crime de guerra. A HRW pediu que os governos que têm influência sobre o Hamas, como o Catar, o Egito e a Turquia, usem sua influência para pressionar pela libertação rápida e pelo tratamento humano de todos os reféns mantidos pelo grupo.

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