Aumento da demanda por cirurgias plásticas reflete impacto negativo da era das videochamadas na autoestima das mulheres

A era das videochamadas trouxe consigo uma série de consequências para a autoestima das pessoas, especialmente para as mulheres. Estudos têm demonstrado que quanto mais tempo elas passam em reuniões online, menos satisfeitas elas ficam com sua aparência. Além disso, cirurgiões plásticos têm observado um aumento significativo na demanda por alguns procedimentos faciais desde 2019, de acordo com a Sociedade Americana de Cirurgiões Plásticos. Especialistas atribuem essa tendência à crescente cultura da videoconferência.

De acordo com pesquisadores da Universidade do Colorado, nos Estados Unidos, o sentimento de inadequação associado às videochamadas é causado principalmente pela constante exposição ao próprio rosto na tela durante longos períodos de tempo. Isso faz com que as pessoas se concentrem em suas supostas “falhas” e imperfeições. Emily Hemendinger, professora assistente de psiquiatria da universidade, explica que esse fenômeno acontece porque estamos constantemente nos vendo na tela e, consequentemente, nos julgando.

Um estudo realizado pela Universidade Witchita, também nos EUA, rastreou o olhar e a atenção de um pequeno grupo de voluntários durante chamadas de vídeo no Zoom. Os resultados mostraram que, em média, os participantes se concentraram na pessoa que estava falando durante três quartos da chamada, mas acabaram distraindo-se com várias outras coisas durante o restante do tempo.Mulheres, no entanto, eram mais propensas a se distrair olhando para si mesmas. Algumas participantes chegaram a se focar em suas próprias imagens durante 20% da chamada.

Outros estudos também apontam que as mulheres são mais propensas a sofrerem de exaustão do Zoom do que os homens, devido ao seu foco na exibição de sua imagem. Isso se deve, em parte, ao chamado “efeito holofote”, que faz com que as pessoas tenham dificuldade em determinar para onde os outros usuários estão olhando durante a videochamada. Esse fator acaba levando as pessoas a superestimarem o tempo que os outros gastam julgando sua aparência, o que pode causar mais ansiedade.

Então, como proteger sua autoestima durante as videochamadas? Uma dica é se concentrar no que as outras pessoas estão dizendo, em vez de ficar olhando para o próprio rosto. Além disso, ao visualizar você e seus colegas em vídeos e mídias sociais, tente enxergar a pessoa como um todo, em vez de focar em partes isoladas do corpo. Reduzir o tempo gasto nas mídias sociais também pode melhorar a satisfação com a aparência, tanto para adolescentes quanto para adultos, segundo pesquisas.

Em suma, é importante reconhecer que a exposição constante ao próprio rosto durante as videochamadas pode afetar negativamente a autoestima das pessoas, principalmente das mulheres. Por isso, é fundamental adotar estratégias para proteger a saúde mental e a imagem corporal durante essas chamadas virtuais.

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