Segundo o comunicado divulgado pelo controlador da empresa, Diego Martín Chaher, direcionado aos funcionários da Télam, as sucursais em 11 das 23 províncias e na capital argentina seriam fechadas. As províncias afetadas são Chaco, Buenos Aires, Entre Ríos, La Pampa, Misiones, Río Negro, Salta, Santa Fé, Córdoba, Corrientes e Mendoza.
O porta-voz da presidência, Manuel Adorni, justificou a medida em uma coletiva de imprensa ao mencionar que não faria sentido manter correspondentes no interior do país se a agência estivesse fechada devido a licenças médicas dos funcionários.
A situação da Télam começou a se complicar em março, quando o governo argentino suspendeu suas atividades e dispensou seus funcionários. O presidente Javier Milei, de extrema direita, alegou que a agência de 78 anos era usada como instrumento de propaganda e anunciou seu fechamento.
O site da agência está fora do ar desde então, exibindo apenas um aviso de “Página em reconstrução”. Além disso, o governo também suspendeu programas de notícias de fim de semana e cortou o pagamento de horas extras na Radio Nacional, afetando a programação de diversas estações no interior do país.
Essas medidas autoritárias têm gerado preocupações sobre a liberdade de imprensa na Argentina. O país caiu 26 posições no ranking de liberdade de imprensa, ocupando agora a 66ª posição, segundo o relatório da organização Repórteres Sem Fronteiras.
A postura agressiva do presidente Milei em relação ao jornalismo tem sido destacada como um obstáculo para o pluralismo no país. O governo também decretou uma intervenção de um ano em todos os meios de comunicação estatais, incluindo a rádio e televisão públicas, agência Télam, portal Educ.ar, Polo de Produção Audiovisual e Banco Audiovisual de Conteúdos Universais Argentinos (Bacua).
Diante desse cenário, a liberdade de imprensa na Argentina tem sido cada vez mais questionada. É fundamental garantir a independência e pluralidade da mídia para a democracia e o acesso à informação no país.