Governo argentino ordena fechamento de sucursais provinciais da agência estatal Télam em meio a auditoria de operações.

O governo argentino tomou uma decisão drástica ao ordenar o fechamento de 13 sucursais provinciais da agência de notícias estatal Télam. Essa medida vem depois da suspensão das atividades da empresa em março para que fossem auditadas suas operações internas.

Segundo o comunicado divulgado pelo controlador da empresa, Diego Martín Chaher, direcionado aos funcionários da Télam, as sucursais em 11 das 23 províncias e na capital argentina seriam fechadas. As províncias afetadas são Chaco, Buenos Aires, Entre Ríos, La Pampa, Misiones, Río Negro, Salta, Santa Fé, Córdoba, Corrientes e Mendoza.

O porta-voz da presidência, Manuel Adorni, justificou a medida em uma coletiva de imprensa ao mencionar que não faria sentido manter correspondentes no interior do país se a agência estivesse fechada devido a licenças médicas dos funcionários.

A situação da Télam começou a se complicar em março, quando o governo argentino suspendeu suas atividades e dispensou seus funcionários. O presidente Javier Milei, de extrema direita, alegou que a agência de 78 anos era usada como instrumento de propaganda e anunciou seu fechamento.

O site da agência está fora do ar desde então, exibindo apenas um aviso de “Página em reconstrução”. Além disso, o governo também suspendeu programas de notícias de fim de semana e cortou o pagamento de horas extras na Radio Nacional, afetando a programação de diversas estações no interior do país.

Essas medidas autoritárias têm gerado preocupações sobre a liberdade de imprensa na Argentina. O país caiu 26 posições no ranking de liberdade de imprensa, ocupando agora a 66ª posição, segundo o relatório da organização Repórteres Sem Fronteiras.

A postura agressiva do presidente Milei em relação ao jornalismo tem sido destacada como um obstáculo para o pluralismo no país. O governo também decretou uma intervenção de um ano em todos os meios de comunicação estatais, incluindo a rádio e televisão públicas, agência Télam, portal Educ.ar, Polo de Produção Audiovisual e Banco Audiovisual de Conteúdos Universais Argentinos (Bacua).

Diante desse cenário, a liberdade de imprensa na Argentina tem sido cada vez mais questionada. É fundamental garantir a independência e pluralidade da mídia para a democracia e o acesso à informação no país.

Artigos relacionados

Botão Voltar ao topo