As prisões ocorrem menos de um mês após a execução de três médicos na Barra da Tijuca. A principal linha de investigação sugere que os assassinos confundiram uma das vítimas, Perseu Ribeiro Almeida, com Taillon Barbosa. No episódio, também foram mortos Marcos de Andrade Corsato e Diego Ralf Bomfim, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP).
O crime chocou a população e o momento do ataque foi registrado por câmeras de segurança. As imagens mostram quatro homens armados descendo de um carro e efetuando os disparos. Horas depois, os corpos das vítimas foram encontrados dentro de dois veículos estacionados em diferentes pontos da zona oeste.
A suspeita é de que os assassinos tenham sido mortos pelo próprio tráfico após terem executado os médicos por engano. Diante da gravidade do caso, o Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou que a Polícia Federal atuasse nas investigações.
Taillon e seu pai foram presos na Barra da Tijuca, onde também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em suas residências. Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, parabenizou a PF pela prisão, destacando a inteligência e o planejamento da operação.
A ação foi realizada em conjunto com o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Durante a prisão de Taillon, três homens armados que faziam sua segurança foram presos em flagrante, sendo dois policiais militares da ativa e um militar do Exército, da reserva.
É importante ressaltar que Taillon já havia sido preso em dezembro de 2020 e foi condenado em junho de 2022 por diversos crimes, incluindo exploração ilegal do transporte alternativo, cobrança de taxas ilegais e envolvimento em invasão de terras e construção imobiliária clandestina. Apesar da condenação, ele estava cumprindo prisão domiciliar desde março deste ano.
Seu pai, Dalmir, também possui histórico criminal. Ex-policial militar, ele foi expulso da corporação após seu nome surgir em investigações sobre as milícias.
A prisão de Taillon e Dalmir representa um importante avanço no combate às milícias que atuam na região de Rio das Pedras. A Polícia Federal continua investigando o caso e espera identificar outros membros da organização criminosa, visando desarticular por completo a atuação da milícia na região.
A justiça espera que essa prisão traga um maior sentimento de segurança para a população local, que enfrenta há anos a violência decorrente do poder paralelo exercido pelas milícias.