Polícia Federal prende líder de milícia responsável pela morte de médicos no Rio de Janeiro.

Na manhã desta terça-feira (31), a Polícia Federal (PF) realizou a prisão de Taillon Barbosa e seu pai Dalmir Barbosa, apontados como líderes de uma milícia que atua na região de Rio das Pedras, na zona oeste do Rio de Janeiro. As investigações apontam que a milícia comandada pela dupla está envolvida em diversos crimes na região.

As prisões ocorrem menos de um mês após a execução de três médicos na Barra da Tijuca. A principal linha de investigação sugere que os assassinos confundiram uma das vítimas, Perseu Ribeiro Almeida, com Taillon Barbosa. No episódio, também foram mortos Marcos de Andrade Corsato e Diego Ralf Bomfim, irmão da deputada federal Sâmia Bomfim (PSOL-SP).

O crime chocou a população e o momento do ataque foi registrado por câmeras de segurança. As imagens mostram quatro homens armados descendo de um carro e efetuando os disparos. Horas depois, os corpos das vítimas foram encontrados dentro de dois veículos estacionados em diferentes pontos da zona oeste.

A suspeita é de que os assassinos tenham sido mortos pelo próprio tráfico após terem executado os médicos por engano. Diante da gravidade do caso, o Ministério da Justiça e Segurança Pública determinou que a Polícia Federal atuasse nas investigações.

Taillon e seu pai foram presos na Barra da Tijuca, onde também foram cumpridos mandados de busca e apreensão em suas residências. Ricardo Cappelli, secretário-executivo do Ministério da Justiça e Segurança Pública, parabenizou a PF pela prisão, destacando a inteligência e o planejamento da operação.

A ação foi realizada em conjunto com o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ). Durante a prisão de Taillon, três homens armados que faziam sua segurança foram presos em flagrante, sendo dois policiais militares da ativa e um militar do Exército, da reserva.

É importante ressaltar que Taillon já havia sido preso em dezembro de 2020 e foi condenado em junho de 2022 por diversos crimes, incluindo exploração ilegal do transporte alternativo, cobrança de taxas ilegais e envolvimento em invasão de terras e construção imobiliária clandestina. Apesar da condenação, ele estava cumprindo prisão domiciliar desde março deste ano.

Seu pai, Dalmir, também possui histórico criminal. Ex-policial militar, ele foi expulso da corporação após seu nome surgir em investigações sobre as milícias.

A prisão de Taillon e Dalmir representa um importante avanço no combate às milícias que atuam na região de Rio das Pedras. A Polícia Federal continua investigando o caso e espera identificar outros membros da organização criminosa, visando desarticular por completo a atuação da milícia na região.

A justiça espera que essa prisão traga um maior sentimento de segurança para a população local, que enfrenta há anos a violência decorrente do poder paralelo exercido pelas milícias.

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