Desalento com a política: Príncipes do reino prometem, mas não entregam soluções concretas para os problemas do país

Eremildo, o idiota, é um personagem criado pelo jornalista Elio Gaspari e presente em suas crônicas. Eremildo é um observador do cotidiano, sempre procurando compreender as bobagens ditas e feitas na sociedade, e esperando por um futuro mais tranquilo e previsível. No entanto, tanto ele como outros personagens da vida nacional começam a se frustrar com as dificuldades enfrentadas pela sociedade e com a falta de estratégias honestas das lideranças para superar esses obstáculos.

Uma das principais fontes de frustração é a ciclotimia do poder político, que não trouxe nenhuma mudança significativa nos processos de gestão do país. Eremildo vai além e compara os Estados a principados e o país ao reino, mostrando a insatisfação com a atuação das lideranças políticas.

Um exemplo disso foi uma entrevista de um príncipe poderoso de um principado importante do nosso reino, que foi estampada na capa de um grande periódico nacional. Eremildo esperava encontrar propostas inteligentes e adequadas para os problemas de segurança, mas acabou se decepcionando com o conteúdo vago e cheio de platitudes do príncipe.

Os príncipes políticos aprenderam a tergiversar e usar frases vazias para escapar da responsabilidade pelos problemas enfrentados pelo país. Eles discursam emocionados, mas sem demonstrar uma real preocupação. Suas soluções são quase milagrosas, mas inalcançáveis na prática, ou então recorrem a desculpas esfarrapadas para se eximir de responsabilidade.

A falta de coragem moral e a incompetência são outros vícios comuns das lideranças políticas do reino. E isso reflete-se no pouco avanço do país como uma sociedade plural, equilibrada e equitativa, mesmo depois de mais de dez anos. A polarização política da última eleição foi superada, mas desafios enormes ao Estado de Direito foram enfrentados.

Esperava-se encontrar paz e bem-estar sociais, mas a realidade é uma constante frustração. O conceito democrático de um governo do povo, pelo povo e para o povo foi abandonado. Hoje, a política é dominada por príncipes alienados das necessidades da população e cujo principal objetivo é o poder pelo poder.

Eremildo propõe que os príncipes sejam proibidos de falar sobre o que farão antes de mostrarem o que já fizeram. Ele sugere que a ação política deve ser séria e conduzida por pessoas comprometidas, e não por brincantes. Se a política é uma brincadeira, o autor sugere uma solução criativa e heterodoxa: a proibição do tempo verbal do futuro do presente nos discursos políticos.

O artigo termina com uma reflexão sobre outra entrevista de um príncipe conselheiro do reino, abordando a (in)segurança pública nos principados. Fica como desafio ao leitor encontrar o tempo verbal predominante na fala desse conselheiro.

Em resumo, a falta de ação concreta e a retórica vazia das lideranças políticas estão levando à frustração da sociedade e à perda da confiança no sistema político. A esperança de um futuro melhor parece distante, e a necessidade de mudanças urgentes se torna cada vez mais evidente.

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