Ministro taiwanês inicia giro histórico pelos países bálticos para estreitar laços com democracias de primeira linha.

O ministro das Relações Exteriores de Taiwan, Joseph Wu, deu início a uma visita histórica aos países bálticos, buscando fortalecer laços com parceiros que ele descreve como “democratas de primeira linha”. A escolha destes países para a visita se dá em meio a crescentes pressões militares e políticas vindas da China, que reivindica Taiwan como parte de seu território a ser recuperado, inclusive através do uso da força.

Os países bálticos, Estônia, Letônia e Lituânia, também enfrentam tensões em relação ao ambiente geopolítico, com a Rússia sendo vista como uma ameaça existencial, especialmente após a invasão da Ucrânia. Por conta da pressão de Pequim, nenhum membro do governo dos países bálticos se encontrou oficialmente com Wu, buscando evitar constrangimentos com a China.

Segundo Wu, a visita é histórica, marcando a primeira vez que um chanceler taiwanês viaja para estes países. Ele ressaltou que tanto Taiwan quanto os países bálticos são democracias de primeira linha que enfrentam a expansão do autoritarismo. A presidente do Parlamento lituano, Viktorija Cmilyte-Nielsen, recebeu Wu e ambos discutiram sobre reforçar a cooperação econômica e o apoio à Ucrânia.

A Lituânia permitiu que Taiwan abrisse uma embaixada de fato com o nome da ilha em 2021, o que gerou reações negativas por parte de Pequim, que resfriou suas relações diplomáticas com o país báltico e bloqueou exportações. No entanto, Vilnius espera compensar essas perdas com investimentos de Taiwan. Da mesma forma, Taiwan busca cooperação com a Estônia, que recentemente sinalizou estar disposta a autorizar a abertura de um escritório de representação não diplomática taiwanês em seu território.

O giro pelos países bálticos por parte do ministro de Taiwan estabelece um desafio para a China, que busca manter a pressão sobre a ilha e desestimular o apoio internacional a Taiwan. A viagem de Wu também levanta questões em relação ao papel dos países democráticos em contrapor a expansão do autoritarismo, demonstrando a importância estratégica de parcerias diplomaticas e econômicas.

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