Quatro membros de uma mesma família são assassinados em comunidade quilombola na Bahia, em meio a contexto de disputa entre famílias rivais.

No último domingo (12), um terrível assassinato chocou o município de Jeremoabo, no interior da Bahia. Três mulheres e um homem, membros de uma mesma família, foram encontrados mortos dentro de um veículo na estrada que dá acesso à comunidade de Casinhas. As vítimas foram identificadas como Flávia Nunes de Jesus, de 32 anos, Dominga Maria de Jesus Silva, de 68 anos, Judite Angelina de Jesus Santos, de 74 anos, e Eguinaldo de Jesus Silva, de 43 anos. Todos foram mortos a tiros.

Além das vítimas fatais, uma quinta pessoa também foi atingida por disparos e precisou ser encaminhada a uma unidade de saúde. De acordo com informações da Polícia Civil da Bahia, há indícios de que os homicídios tenham ocorrido em meio a uma disputa entre famílias rivais da comunidade quilombola.

Os assassinatos no contexto das comunidades quilombolas têm sido uma preocupação crescente nos últimos anos. Um relatório da Coordenação Nacional de Articulação de Quilombos (Conaq) aponta que nos últimos dez anos, 35 quilombolas foram assassinados. A Bahia se destaca como um dos estados com maiores índices de violência desse tipo, juntamente com o Pará e o Maranhão.

Somente em 2021, cinco execuções de quilombolas foram registradas na Bahia. As vítimas eram lideranças das comunidades onde viviam, o que eleva ainda mais a preocupação com a segurança e proteção desses povos. Assim, a situação dos quilombolas no Brasil é alvo de preocupação e exige investigação e ação das autoridades.

Portanto, os assassinatos ocorridos no município de Jeremoabo, somados aos demais casos registrados ao longo deste ano e nos anos anteriores, evidenciam uma situação de extrema gravidade e urgência. As comunidades quilombolas devem contar com a proteção e o amparo do Estado para garantir a segurança e a integridade de seus membros. O desrespeito a essas comunidades e a violência dirigida a elas precisam ser enfrentados de forma incisiva e responsável pelas autoridades competentes.

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