Diretor e vice-diretor de departamento governamental ucraniano são demitidos por corrupção na defesa cibernética; investigação aponta desvio de mais de 1,7 milhão de dólares.

As autoridades ucranianas anunciaram nesta segunda-feira (20) a demissão do diretor e do vice-diretor de um departamento governamental encarregado da defesa cibernética, após terem sido investigados por corrupção.

Yury Shchygol, que dirigiu o serviço de Estado de comunicações especiais há três anos, foi demitido juntamente com seu vice, Victor Zhora, nesta segunda-feira, de acordo com o funcionário do gabinete Taras Melnychuk.

As autoridades anticorrupção disseram mais tarde que estavam investigando o desvio de fundos públicos no valor de mais de 1,7 milhão de dólares (8,2 milhões de reais) durante o mandato de Shchygol.

De 2020 a 2022, “o proprietário de um grupo de empresas, em conivência com a liderança do serviço estatal de comunicações especiais da Ucrânia, desenvolveu um plano para desviar fundos orçamentários atribuídos à compra de hardware e software”, afirmou o escritório antifraude de Kiev.

O grupo de empresas, cujo nome não foi revelado, disse que roubou programas de um fabricante estrangeiro por 62 milhões de hryvnia (1,7 milhão de dólares) a mais do que seu valor real e embolsou a diferença, detalharam as autoridades antifraude. Seis pessoas atualmente estão na lista de suspeitos.

Dezenas de funcionários foram demitidos desde o início da invasão russa da Ucrânia em fevereiro de 2022, uma tentativa do presidente Volodimir Zelensky de tranquilizar seus aliados ocidentais que ele presta ajuda.

O combate à corrupção também é uma das reivindicações dos países membros da União Europeia para que Kiev possa entrar no bloco.

A demissão do diretor e vice-diretor do departamento de defesa cibernética foi uma medida drástica tomada pelo governo após as investigações de corrupção. A atuação do grupo de empresas e a conivência com a liderança do serviço estatal de comunicações especiais mostram a gravidade do desvio de fundos públicos. Essas questões refletem a necessidade de combater a corrupção e as irregularidades dentro do governo, uma exigência que tem sido feita por aliados estrangeiros, especialmente da União Europeia.

A demissão dos funcionários mostra uma tentativa do presidente Zelensky de lidar com as questões de corrupção no país e reforçar a imagem da Ucrânia perante a comunidade internacional. A luta contra a corrupção é uma das exigências fundamentais para a Ucrânia poder ingressar na União Europeia, demonstrando a importância desse combate para a reputação e a credibilidade do país no cenário internacional.

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