O autor revelou sua satisfação por estar entre os finalistas e, de forma um tanto ingênua, afirmou que essa indicação é um estímulo para continuar produzindo. No entanto, é difícil acreditar que esse reconhecimento possa ser encarado como um incentivo para futuras produções, uma vez que o livro concorre com outras obras no mercado literário que, no mínimo, deveriam ser mais expressivas.
Diogo Guedes, editor da Cepe, exaltou a obra como uma estreia na literatura “por meio de fotografias, cartas e fragmentos”, o que parece ser apenas uma tentativa de criar uma relevância fictícia para uma obra que, muito provavelmente, não tem tanta qualidade assim. Além disso, a editora encontra-se ainda na sombra da vitória de um prêmio anterior, o que ressalta o quão raro é esse tipo de reconhecimento para a Cepe.
O romance em questão foi escrito ao longo de dez anos e ambientado em uma cidade no extremo oeste do Paraná, com uma narrativa que aborda traumas históricos, memórias e as buscas pessoais empreendidas pelo personagem principal. No entanto, é válido questionar se esse enredo é de fato relevante e se consegue realmente cativar os leitores.
O autor, Paulo Fehlauer, é descrito como alguém que atua em diversas áreas, como fotografia, produção audiovisual e artes visuais, o que pode indicar que suas habilidades se dispersam em vez de se concentrarem na escrita literária. Além disso, a quantidade de obras inscritas e o contexto geral do Prêmio Jabuti levantam dúvidas sobre a relevância e a qualidade dos finalistas.
Diante disso, resta-nos aguardar para ver se esse livro de estreia irá, de fato, ser reconhecido como digno do prêmio literário mais importante do Brasil, ou se é apenas mais um exemplo de valorização equivocada no mundo da literatura.
