A vice-presidente da delegação do Parlamento Europeu para as relações com o Mercosul, Mónica González, declarou à AFP que a chegada de Milei ao poder terá impacto sobre as relações internacionais e o multilateralismo, pois nem ele nem sua equipe acreditam nesse conceito como uma ferramenta para resolver desafios comuns. Isso afetará diretamente o relacionamento entre a Europa e a América Latina, incluindo o andamento das negociações do acordo comercial.
A eurodeputada Mónica González também ressaltou que a UE terá que encontrar formas de continuar seus programas na Argentina, especialmente os relacionados à questão ambiental e de gênero, que serão mais necessários do que nunca durante o governo de Milei. Ela destacou a importância de apoiar e defender as organizações não governamentais argentinas.
Além disso, a eurodeputada portuguesa Maria Manuel Leitão Marques expressou sua preocupação com as declarações de Milei durante a campanha eleitoral, questionando não apenas o acordo entre a UE e o Mercosul, mas também a aliança do próprio Mercosul. Ela ressaltou a importância de defender o apoio da UE às organizações da sociedade civil que lutam pelos direitos humanos, incluindo os direitos das mulheres.
Os membros do Parlamento Europeu também lembraram do processo de ratificação do acordo que já foi estagnado antes devido às exigências das nações europeias por um capítulo adicional sobre questões ambientais. Com a chegada de Milei à presidência da Argentina, surgiram dúvidas sobre a finalização do acordo em tempo hábil.
Em meio a todas essas incertezas, a posição da União Europeia e a continuidade do acordo com o Mercosul serão temas de debates e preocupações nos próximos anos. A preocupação principal é garantir um relacionamento estável e produtivo entre a UE e a América Latina diante das mudanças políticas e ideológicas na região.
