Thapelo Amad, que esteve no cargo por algumas semanas antes de renunciar, foi o primeiro muçulmano a ocupar o cargo e tem publicado mensagens de apoio aos palestinos desde o início do conflito em Gaza. Entretanto, mensagens anteriores traziam frases de violência explícita contra “israelenses sionistas”. A publicação que gerou mais repercussão ocorreu no mesmo dia em que o Parlamento votou uma moção que pedia o corte das relações com Israel e o fechamento da embaixada.
Autoridades sul-africanas, especialmente as que têm em Nelson Mandela uma figura política de base, têm adotado posições pró-Palestina, alegando que os palestinos vivem em condições semelhantes às do antigo regime de Apartheid no país. Posteriormente, a crise diplomática ganhou força com o presidente Cyril Ramaphosa pedindo ao Tribunal Penal Internacional que investigue possíveis crimes de guerra cometidos por Israel em Gaza. O presidente defendeu um cessar-fogo imediato, a retomada do envio de ajuda humanitária e a investigação de crimes de guerra.
Diante desse cenário, o Parlamento aprovou uma moção para o fechamento da embaixada israelense em Pretória e o corte de todos os laços diplomáticos com Israel. Contudo, para ser concretizada, a moção precisa do aval do presidente Ramaphosa, que enfatizou durante uma reunião dos Brics a necessidade de proteger os direitos humanos em Gaza e convocou esforços conjuntos para pôr um fim à situação.
A postura adotada pela África do Sul em relação ao conflito entre Israel e Hamas reflete um posicionamento enraizado na história do país, marcada pela luta contra a segregação racial. Apesar disso, as polêmicas envolvendo autoridades locais e a situação no Oriente Médio geram debate interno e externo, desafiando o governo a tomar decisões que reflitam os valores humanitários e a responsabilidade diplomática do país.