Flexibilização de armamento em Israel: aumento considerável de pedidos de permissão para porte de armas.

O aumento da violência no Oriente Médio levou muitos moradores de Israel a buscar maneiras de se proteger. Riki Tal, uma mãe israelense de 31 anos com quatro filhos, decidiu que era hora de tomar uma atitude e foi em busca de armas para sua defesa e de sua família.

“Quero algo que possa manejar bem”, afirmou a professora, enquanto experimentava pistolas em uma loja de armas em Jerusalém. Ela explicou à AFP que sempre que seus filhos brincam no parque, eles a questionam sobre o que faria se eles fossem atacados. Esse sentimento de vulnerabilidade levou muitos israelenses a procurar meios de se proteger.

Os pedidos de permissão para portar armas aumentaram consideravelmente desde 7 de outubro, quando milicianos do Hamas realizaram um ataque mortal que resultou em cerca de 1.200 mortes, o maior massacre da história do país, de acordo com as autoridades. A sensação de segurança dos israelenses foi fortemente abalada e as lojas de armas viram um aumento significativo na procura por armamentos.

O governo, um dos mais direitistas desde a criação do Estado de Israel, flexibilizou as regulamentações sobre o porte de armas em resposta à demanda crescente. Com isso, o número de pedidos de concessão de porte de armas atingiu mais de 236.000 desde o ataque, o mesmo número dos últimos 20 anos somados, segundo o ministro da Segurança Nacional, Itamar Ben Gvir.

O movimento de flexibilização das restrições para obtenção de armas está gerando debates acalorados. Enquanto alguns acreditam que se trata de uma medida indispensável para proteção pessoal, outros temem que, caso as regulamentações continuem sendo afrouxadas, Israel possa enfrentar um surto de violência armada semelhante ao experimentado pelos Estados Unidos.

Entre os grupos que se opõem ao afrouxamento das normas está o Gun Free Kitchen Tables (GFKT), que destaca que as armas não aumentam a segurança e pressiona o Estado a tomar medidas mais efetivas para garantir a proteção dos cidadãos, em vez de delegá-la a eles. Segundo um membro do grupo, as normas flexibilizadas não eliminaram as pessoas com antecedentes de violência doméstica ou com vício em drogas. Esta visão ilustra o tom discordante que cerca a questão do porte de armas em Israel.

Portanto, a decisão de flexibilizar as regulamentações sobre armas continua gerando polêmicas e discussões acaloradas na sociedade israelense, com diferentes vozes expressando opiniões divergentes sobre o assunto. Enquanto isso, a busca por armamentos para proteção pessoal cresce de forma significativa, refletindo a sensação de vulnerabilidade que tem atingido muitos israelenses nos últimos tempos.

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